SE TEM FOGO TEM GLÓRIA

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PASTOR RONNE

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

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Estudos Bíblicos

Estudos Bíblicos:


Algemado a Jesus

ronne adorador
Somos chamados a prover nossas famílias. Temos empregos, carreiras, e enfrentamos problemas financeiros – mas devemos confiar em Deus para orientações. Esta mensagem inteira trata de nos amarrarmos à Sua liderança.
Quero lhe contar de uma experiência profundamente significante em minha caminhada com o Senhor. Tornou-se um marco espiritual para mim. E creio ser uma lição que fala diretamente àquilo que a igreja de Jesus Cristo precisa hoje.
Eu estava clamando em oração, “Senhor, apossa-te de mim. Agarre-me e possua-me. Apreenda-me para Sua glória”. Eu não tinha idéia, na hora que eu expressei isso, de que o Espírito Santo estava me preparando para ser algemado.
É bíblico orar pedindo a Deus para que Ele nos algeme; significa pedirmos que algeme nossas mãos e nos torne prisioneiros. Paulo refere-se a si mesmo freqüentemente como “prisioneiro de Jesus Cristo” (Efésios 3:1). Em Efésios ele diz que, na verdade, ser o prisioneiro do Senhor é o seu chamado. Ele considerava isso um dom da graça de Deus para com ele (veja 4:7).
Paulo também escreve a Timóteo, “Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro” (2 Timóteo 1:8). Mesmo em idade avançada, Paulo regozijava-se por ter sido apreendido pelo Senhor e tornado cativo de Sua vontade. “Sendo eu como sou, Paulo o velho, e agora até prisioneiro de Cristo Jesus” (Filemon 9).
Paulo podia dizer a hora exata em que o Senhor o algemou e tomou como cativo
Paulo estava na estrada de Damasco com cartas oficiais do sumo sacerdote. Ele havia sido autorizado a prender cristãos e trazê-los de volta à Jerusalém. As escrituras dizem que ele estava “respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1). Em outras palavras, Paulo estava cheio de ódio, amargura e raiva em seu errôneo zelo por Deus.
Mas quando Paulo se aproximou de Damasco, “subitamente o cercou um resplendor de luz do céu” (Atos 9:3). Ele ficou completamente cego devido àquela luz, que era a glória de Cristo.
Paulo testemunhou vez após vez sobre como teve de ser tomado pela mão e conduzido até Damasco; em suma, ele era um prisioneiro frágil. Passou três dias em um quarto isolado sem enxergar e recusando qualquer alimento. Ele fora tomado cativo inteiramente - em espírito, alma, mente e corpo.
Então, o que aconteceu naquele quarto-prisão por três dias? O Senhor estava algemando Saulo e transformando-o em Paulo, o prisioneiro de Jesus Cristo. Veja, Deus teve a atenção total de Paulo – e, durante aquele período, os olhos de Paulo foram abertos para a verdade do evangelho. Foi quando deixou o seu próprio zelo e independência, e se submeteu ao jugo de Cristo.
Conforme lemos Atos 9, quase podemos ouvir a oração agonizante de Paulo: “Senhor, pensei que estava fazendo Sua vontade. Como pude ser tão cego? O Senhor tirou minha visão física – e me deu olhos espirituais para ver! Todo esse tempo tenho seguido meu próprio caminho. Fiz tudo que achava ser o certo. Mas não posso confiar em meus próprios pensamentos”.
“Senhor, mate a minha vontade. Ela só vai me guiar para o caminho errado. Pronto, Jesus – algeme minhas mãos às Tuas. Mantenha-me algemado ao Teu braço forte, quero morrer para a minha independência e passar a ser um prisioneiro da Tua vontade!”.
Muitos homens e mulheres piedosos ao longo das escrituras compreenderam o que significava ser algemado ao Senhor. Davi foi um deles. Ele disse do Senhor, “Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão” (Salmos 139:5). “Tua destra me susterá” (139:10). A palavra para “susterá” aqui no original em hebraico é “agarrará”.
Davi estava dizendo, “Sou levado algemado ao meu bendito Senhor. Se eu tentar fugir, Ele não permitirá. Se eu ascender aos céus, ou tentar criar asas para voar, até ali Sua mão está sobre mim” (veja 139:7-13).
Ninguém compreendeu o que é ser algemado a Jesus mais do que Pedro
Pedro teve um encontro incrível com o Jesus ressurreto. O Senhor profetiza da necessidade deste discípulo ser algemado: “Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir” (João 21:18).
Alguns estudiosos da Bíblia sugerem que o Senhor estava revelando a Pedro como ele passaria seus últimos dias: em desamparo senil, meio cego e arrastado contra a vontade. Mas o apóstolo João aponta para um significado diferente: “Ora, isto ele disse, significando com que morte havia Pedro de glorificar a Deus” (21:19). De fato, a tradição diz que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, com os braços estendidos. João certamente saberia isso, já que escreveu seu evangelho depois da morte de Pedro.
Contudo, o que Cristo estava dizendo a Pedro aqui, vai além dessas interpretações. Nas próprias epístolas de Pedro, encontramos o apóstolo ainda ardendo com o fogo do Espírito Santo em idade avançada. Ele combatia a apostasia, expunha falsos profetas e pregava com autoridade. Ele explicava seu chamado dessa forma: “Considero importante, enquanto estiver no tabernáculo deste corpo, despertar a memória de vocês” (2 Pedro 1:13).
Não tenho nenhuma dúvida de que no evangelho de João, Jesus estava dizendo a Pedro como ele morreria. Mas Cristo estava dizendo muito mais que isso. Ele estava descrevendo um processo espiritual. Na verdade, creio que Ele estava profetizando não apenas a Pedro, mas a todos que O seguiriam. Aqui está o que creio Cristo está chamando todos nós para fazer.
O verdadeiro amor por Jesus deve resultar na morte de toda nossa independente vontade própria
Não se engane: Pedro amava verdadeiramente a Cristo. Três vezes Jesus fitou-o nos olhos e perguntou, “Tu me amas?”. Pedro sabia que Jesus podia ler seus pensamentos. E o discípulo pôde responder honestamente, “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que te amo” (João 21:17).
Pedro não somente amava ao Senhor grandemente. Ele era provavelmente mais zeloso em seu amor que os outros discípulos. Ele estava sempre com pressa para ir até Jesus, fosse saindo do barco para andar sobre as águas, ou mais tarde correndo para a tumba vazia no dia da ressurreição.
A despeito de todo seu grande amor e zelo pelo Senhor, Pedro ainda era um homem cheio de independência voluntariosa. Mesmo a essa altura de sua vida espiritual, ninguém diria a ele o que fazer. Sua vontade não tinha sido quebrada.
Pense nisso. Ali estava um homem que transpirava confiança e competência. Pedro era auto-suficiente e acostumado a agir por conta própria; era um pescador que possuía o próprio barco e tinha de combater águas violentas e maus tempos para sobreviver. Era uma pessoa que tinha se feito por si só, sempre no controle. (Às vezes, ele provavelmente sentia que o Senhor precisava dele tanto quanto ele precisava do Senhor!)
A verdade é que o mundo ama e admira um homem assim. O sonho americano é exemplificado por pessoas que se fazem por si – agitadores culturais e sociais cheios de autoconfiança, livres pensadores, todos eles executando grandes coisas à sua maneira.
Mas no reino de Deus, esse tipo de independência é sinal certo de uma pessoa que não foi à cruz para mortificar sua carne. Simplificando, Pedro não tinha morrido para a própria carne. Você não pode ser algemado a Jesus e manter um espírito independente. Para estar amarrado a Ele inteiramente, você precisa estender os braços em total submissão.
Jesus deve ter ouvido honestidade na voz de Pedro quando este testificou seu amor por Ele. No entanto, o Senhor não o reconheceu publicamente. Ao invés disso, Cristo preferiu se concentrar em uma sóbria realidade e a colocou diante de Pedro. Jesus disse, em essência:
“Desde jovem, você se acostumou a fazer tudo o que desejava. Você fazia as coisas à sua maneira, na hora que queria. Essa é a sua natureza, Pedro. Esse é o tipo de homem que você é”. “Vestia-se (a si mesmo) e ia para onde queria” (João 21:18).
Mesmo após a crucificação, o espírito independente de Pedro irrompeu em auto-afirmação: “Vou pescar!” (21:3). Sabemos que Jesus chamou Pedro para ser pescador – mas de homens, não de peixes! Outrora Pedro tinha largado as redes, esquecido sua carreira e seguido a Jesus para pescar almas. Entretanto, agora, Pedro queria pescar do seu jeito – não do jeito do Senhor.
Vemos em Pedro que é possível ter a mais incrível revelação do Cristo ressurreto – estar apaixonado por Ele – contudo ainda não sermos Seu prisioneiro, ainda não estarmos algemados ao nosso Mestre.
Todos nós queremos levar alguma vantagem antes de sermos algemados
O linguajar da independência não é meramente “vou pescar”. É algo mais profundo no coração, que cochicha, “preciso sair ganhando mais uma vez só. Aí então poderei ser algemado”.
Pedro saiu para mais do que apenas alguns peixes. Pense bem: se quisesse apenas se distrair, ele poderia pegar uma vara e algumas minhocas, ficar com água até os joelhos e lançar a linha. Não, Pedro queria seu velho barco, sua velha tripulação e todas as suas velhas redes. Ele precisava de uma última rodada fazendo aquilo em que era bom, sob seu curso independente. Ele poderia pescar uma última vez, e aí iria desistir disso.
Você já experimentou um momento como o de Pedro? Era o último impulso de independência. No entanto, naquela noite Pedro e os outros não pegavam nada. Jesus, na praia, sabia o que estava no coração de Pedro, e bradou: “Lançai a rede à direita do barco, e achareis” (21:6). O Senhor iria deixar que Pedro tivesse aquela última bolada.
Em um primeiro momento Pedro não reconheceu Jesus na praia. À medida que as redes se enchiam diante de seus olhos, ele ia ficando tão animado, que tudo o que podia pensar era, “Acertamos em cheio. Que bolada!”.
Ora, o apóstolo João estava no barco com Pedro. E quando viu o que estava acontecendo, o coração dele se convenceu. Ele presenciara antes esse tipo de bênção, grande e milagrosa, com peixes se multiplicando. Então ele pegou Pedro e disse, “Irmão, isso é obra do Mestre. Não percebe?”. “Aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor!” (21:7).
Pedro olhou aquela grande quantidade de peixes se batendo nas redes – e os largou. Tinha sido a maior bolada de sua vida. Mas algo maior estava em jogo, e ele sabia. Ele subitamente se lembrou do chamado de Jesus para ele: “Vou torná-lo Meu pescador. Você pescará almas de homens para Mim. Venha, siga-Me”.
Agora Pedro via o quão insignificante fora sua ambição. Ele soube que até mesmo mil boladas jamais o satisfariam. Ele nunca mais conseguiria se sentir preenchido tentando fazer as coisas acontecerem segundo a vontade dele. Creio que Pedro disse a si mesmo naquele momento: “Não vou me permitir ser prisioneiro desse barco, sonhar em levar vantagem. Quero ser um pescador de homens! Para fazer isso, preciso me tornar um prisioneiro de Jesus. Não consigo encontrar significado, propósito e preenchimento eu sozinho. Preciso d’Ele para me guiar – e só então estarei realizado. Quero ser algemado a Ele!”.
Considere a história de Pedro aqui. A verdadeira prova de amor por Cristo não é simplesmente voltar para Ele depois de ter fracassado ao agir por conta própria. É enxergar o vazio naquela que seria a sua maior oportunidade - e largar cada sonho egoísta para se tornar Seu prisioneiro.
Pense nos pescadores dos barcos ao redor. Eles teriam chamado Pedro de louco: “O que você está fazendo? Você conseguiu! Essa é sua grande chance. Você é tolo em ir embora com a oportunidade na sua frente”.
Mas Pedro só pensava nas palavras de seu Mestre: “Que bem fará ao homem se ele ganhar todo o mundo e perder sua alma?”. Pedro agora tinha olhos para o que era eterno. E ele desejava isso acima de tudo mais. Então ele abandonou as redes e os outros discípulos. Pulou na água e nadou em direção a Jesus na praia.
Havia um último desejo derradeiro em Pedro?
Pedro sentiu um último puxão no coração quando viu os outros discípulos arrastando aquela quantidade enorme de peixes na praia? Se ele sentiu, Jesus foi direto ao ponto quando perguntou a ele, “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?” (João 21:15).
Amado, sei como Pedro se sentiu naquele momento. Houve vezes em que pensei ter tido vitória sobre o materialismo – quando larguei tudo e nadei até Jesus – contudo, pouco depois, lá veio a mesma batalha novamente.
Creio que essa é a pergunta que todos enfrentamos agora, quando os últimos dias se aproximam e o mundo financeiro foge do controle. Claro, amamos Jesus. Mas O amamos mais que nossa segurança financeira? Mais que o conforto? Mais que qualquer sucesso que esse mundo possa oferecer?
Em suma, você está pronto para pular fora do barco como fez Pedro – deixar sua rede cheia para trás – e nadar para Jesus? Você está pronto para desistir de seu último fio de independência, e se algemar ao Único que sabe o que o realiza? Quando nossos propósitos se cruzam com os do Senhor, sempre somos tentados a colocar nossos interesses primeiro.
Quando Jesus perguntou a Pedro se ele O amava, Ele estava lhe dizendo, “Agora que você largou sua independência, quero te mostrar em que direção você será dirigido. À medida que crescer e amadurecer no Espírito, você vai aprender a caminhar ao Meu lado com as mãos estendidas. Você será Meu prisioneiro – fazendo a Minha vontade, deixando que Eu lhe guie até mesmo aonde você não quer ir”.
“Agora, estenda as mãos, Pedro. Você diz que Me ama? Então seja Meu prisioneiro. Confie em Mim para guiá-lo e conduzi-lo através de tudo na vida.”
Jesus sabia todas as coisas. E Ele viu o que estava à frente de Pedro após o Pentecostes. Ele sabia que Pedro não iria querer levar o evangelho aos gentios. Ele sabia que ele não iria querer ir até a casa de Cornélio, e comer coisas que eram impuras para os judeus. Mas Pedro aprendeu a estender as mãos, aceitar aquelas algemas santas e ser guiado pelo Espírito.
Claro, Pedro depois foi realmente à casa de Cornélio, pela direção do Espírito. E ele levou o evangelho aos gentios. O mundo jamais seria o mesmo.
Veja as palavras de Jesus novamente: “Outro te cingirá” (“o vestirá”) (João 21:18). Quem é esse “outro”? É Cristo! Ele se apossa de nós, nos veste com Sua armadura, e nos leva a lugares e pessoas que jamais imaginaríamos encontrar – tudo por amor de Seu reino.
Esse é o chamado d’Ele para nós. Devemos nos submeter às Suas algemas, dizendo, “Toma-me, Senhor. Torne-me um prisioneiro da Tua vontade. Eu perco toda a minha independência e a deixo a Teus pés”.
Muitos inventam desculpas para não se deixarem ser atados ao Senhor
Eis o linguajar daqueles que se recusam ser algemados: “Mas eles começaram, um por um, a apresentar desculpas” (Lucas 14:18). Jesus está aqui contando uma parábola sobre um grande banquete que estava acontecendo. O homem que está dando a festa representa Deus, e a ceia em si representa as bodas do Cordeiro.
Agora mesmo o Espírito Santo está se movendo ao redor do mundo, chamando todos os convidados para se prepararem e virem: “Tudo já está preparado” (14:17). Mas a maioria está inventando desculpas para não vir. Pergunto: você tem uma desculpa para não responder ao Seu chamado? Ao invés, você é tentado a levar vantagem uma última vez? Você está atado a algum tipo de ambição ou desejo independente?
Na parábola que Jesus contou ninguém teve tempo para o Senhor. E todas as desculpas que eles deram soaram legítimas: preocupações com a família, investimentos, posses – todas, coisas boas e terrenas. Vejo a mesma coisa acontecendo entre muitos cristãos hoje, especialmente nesses tempos economicamente turbulentos: estão se recusando a se submeterem por inteiro a Jesus. Suas afeições são apanhadas e enredadas pelas coisas deste mundo.
Qual é a resposta do Senhor a isso? “Então o dono da casa, indignado, disse... nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia” (14:21, 24).
Jesus não poderia dizer isso de modo mais simples. Ele está nos alertando contra a tentação da última hora de ficarmos enamorados por esse mundo. Insisto com você: ceda a Ele, submeta-se a Ele e seja algemado a Ele. Faça essa oração comigo:
“Senhor, cansei do meu espírito independente. Neste momento estendo meus braços a Ti. Quero ser pescador de homens, não dos meus próprios propósitos. Coloque Tuas amorosas algemas em mim. Prenda-me a Ti!”.
Dessa forma, você estará preparado para a maior benção de todas: estar presente à ceia das bodas do Cordeiro. Faça dela a sua oração hoje!              

                                                                                                                                Paz de Espírito Nestes Tempos Difíceis

ronne adorador
Jesus disse, “Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Cristo compartilhou essas palavras com os discípulos na véspera da Sua crucificação. Elas tiveram o objetivo de confortá-los e lhes dar segurança na que viria a ser a hora mais negra de sua fé. Desde aquela época, cristãos ao longo das eras ganharam conforto destas palavras de Jesus aqui, sustentando-os através de suas lutas mais difíceis.
No entanto, hoje, muitos cristãos efetivamente têm corações conturbados e efetivamente vivem com medo. Sei, pelas cartas que são enviadas ao nosso ministério, que muitos crentes estão secretamente contaminados por pânico, agitação, e noites sem dormir.
Cristo ainda acrescenta outra segurança no mesmo versículo: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Entretanto, muitos cristãos se encontram incapazes de encontrar paz de espírito. Para muitos, a paz vem e vai, deixando-os preocupados, inquietos, abatidos pelo estresse.
No evangelho de Lucas, o profeta Zacarias diz o seguinte sobre o Messias que viria, “Para que libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo sem medo, em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida” (Lucas 1:74-75).
Eis aqui uma das razões primárias porque Jesus veio a terra e morreu pela humanidade pecadora: para que possamos caminhar com Deus sem medo, gozando de Sua paz todos os dias de nossas vidas. Isso parece impossível quando enfrentamos desastres, aflições, dores horríveis, e também em nossos períodos de sofrimento, provas e incertezas. Em tempos como esses nos sentimos esmagados e o medo prende nossos corações. Como podemos ficar em paz quando tudo parece fora de controle?
Zacarias diz isso sobre o Messias: “que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte... e dirigir os nossos passos no caminho da paz” (1:79, itálicos meus). Ele estava dizendo que Jesus guiaria todos nós no caminho da paz – não para a inquietude, vazio ou medo, mas para mansidão e descanso. Essa é a Sua promessa, mas para alguns o caminho parece exatamente o contrário.
As escrituras chamam Jesus de Príncipe da Paz; ao nascer os anjos declararam em louvor, “Paz na terra!”. O apóstolo Paulo descreve as boas novas de Cristo como “o evangelho da paz”. Jesus mesmo disse, “tenhais a paz em mim” (João 16:33). Simplificando, o evangelho trata da paz. “Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo” (Atos 10:36).
Quando Paulo esboça o caminho aceitável pelo qual devamos servir ao Senhor, é incluído caminhar na paz de Deus: “O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação” (Romanos 14:17-19, itálicos meus).
Nesse mundo enfrentaremos tribulações, perseguições, lutas árduas, “por fora combates, temores por dentro” como Paulo diz em 2 Coríntios 7:5. Seremos tentados e sofreremos. Os ventos da adversidade tentarão tombar a casa da fé que construímos sobre Jesus, a Rocha da nossa salvação.
Mas ainda assim, devemos servi-Lo em justiça, paz e alegria no Espírito Santo. A oração de Paulo pela igreja era essa: “O próprio Senhor da paz vos dê paz sempre e de toda maneira. O Senhor seja com todos vós” (2 Tessalonicenses 3:16). Pense nisso: paz em nossas circunstâncias!
Deus estabeleceu nos conceder paz mesmo em nossas piores circunstâncias
O objetivo de Deus para Seus filhos é que vivamos livres de todos os cuidados e preocupações. Sabemos disso, professamos isso e as escrituras confirmam - mas muitos de nós não entramos em tal caminhar. Deus deseja que sejamos libertos: “Não andeis ansiosos por coisa alguma, antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6-7).
Paulo diz aqui que ao levarmos tudo a Deus em oração – todos os nossos anseios e pedidos – obtemos Sua paz. Então, você leva tudo a Deus em oração? Não é uma marca de humildade retrairmos nossos pedidos Dele. Esse versículo diz que Ele se abre a todos os nossos pedidos. E Ele se agrada quando fazemos isso.
No entanto, não devemos interpretar mal o que Paulo diz aqui. A benção de tornar nossos pedidos conhecidos não é a de que vamos sair do nosso quarto de oração com o pedido repentinamente respondido – a nossa doença já curada, nosso problema resolvido. E sim que emergimos sendo tocados por Deus, e nosso coração aquietado em paz. Em suma, nossa luta, medo e ansiedade são removidas porque estivemos com o Criador.
É impossível ter paz genuína sem um renovado toque de Sua mão quando estamos no centro do problema
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no nosso meio” (Efésios 2:14).
As pessoas mais tragicamente iludidas na terra, são aquelas que clamam por paz fora de Jesus. A “paz” delas baseia-se em um falso senso de segurança. Agora mesmo os Estados Unidos estão cheios de religiões e doutrinas orientais, todas pretendendo oferecer paz de espírito. Muitos dos que aderem a elas defendem que meditando sozinho ou repetindo um mantra lhes traz paz. Eles dizem, “Se ficar atribulado, vou para o meu quarto meditar. Isso ajuda a me isolar do resto”.
Compare isso com Jesus. Em Seus dias na terra, o nosso Senhor foi muito glorificado em tempos de adversidade. Ele enfrentou cada crise de cabeça erguida. E como o cabeça da igreja hoje, Ele pode conceder paz ao Seu povo em meio à toda tribulação que enfrentarmos.
Se você pensar a respeito, existe uma coisa na qual o mundo não consegue dar jeito: adversidade. Os que são atraídos a seitas simplesmente negam as adversidades em suas vidas escapando para dentro de um mundo de ilusão. Da mesma forma, os seguidores de praticas orientais se entregam a “inexistência”. Qualquer senso de paz que obtêm é dissipado após um dia ou dois, à medida que as pressões do mundo voltam invadindo tudo.
O que Jesus oferece não é o vazio. Pelo contrário, Ele oferece plenitude – uma paz que está continuamente se renovando. Não nos esvazia mas pelo contrário, nos restaura com vida abundante.
Outros no mundo confiam na autodeterminação para superar problemas e preocupações. Eles dizem, “Eu estava indo no caminho errado, machucando a mim mesmo e a minha família. Eu sabia que era hora de mudar, então virei uma página nova. Me desliguei de todos os maus hábitos e comecei a fazer o que era certo. Hoje não sou mais a mesma pessoa que eu era. Trabalhei duro para conseguir essa paz que eu tenho. E creio que Deus está satisfeito comigo”.
Nós que seguimos a Cristo sabemos pela Sua palavra, “Porquanto pela observância da lei nenhum homem será justificado diante dele” (Romanos 3:20). A próxima vez que a pessoa autodeterminada cair em pecado, toda sua paz duramente obtida se irá. E ele será devastado pela idéia de que foi enganado por um sonho falso.
Paz genuína é resultado de ser justificado pela fé
“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). É preciso haver um alicerce sólido para a nossa paz. As escrituras dizem que o alicerce é a justificação. Somos capazes de ter paz porque Jesus Cristo nos justificou diante do Pai celestial.
No entanto alguns cristãos jamais entraram na grandiosa paz que essa justificação traz. É vital que entendamos o que “justificado” significa, porque esse conceito contém a chave para a nossa paz.
Justificação acarreta dois princípios. Primeiro, diz que meus pecados foram apagados. Fui absolvido de toda iniquidade pelo sangue de Jesus Cristo. Aqueles pecados não são mais imputados a mim porque quando Cristo foi à cruz Ele pagou por todos eles.
Em suma, essa justificação é pela fé na Rocha, nosso alicerce e base de toda a paz em Deus. “Justificar” significa declarar alguém “sem culpa”. É proclamar que nossa dívida está totalmente paga por Cristo e que Deus está satisfeito. Jesus foi “entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação” (Romanos 4:25). Ele ressuscitou para nos declarar livres de toda culpa.
No entanto ser justificado significa mais do que simplesmente ser perdoado. Jesus não apenas me limpou de todos os meus pecados; Ele também me tornou aceitável diante do Pai por intermédio de Seu sacrifício.
Essa é a segunda grandiosa parte da justificação. Não somente fui declarado inocente e sem culpa, mas também fui declarado santo aos olhos de Deus.
Você pode trabalhar arduamente para obter vitória sobre cada pecado que o assedia. Você pode não ter falha alguma, ganhar controle sobre cada hábito, vencendo seu temperamento ou maus pensamentos, lançar fora toda conversa indigna. Entretanto, em meio a tudo isso você pode ainda estar construindo sob a fundação errada. Por quê? Porque sua paz não pode ser proveniente daquilo que você faz ou de como você se sente.
Reconheço que vivi dessa forma as vezes em minha vida. Durante esses breves períodos, sabia em meu coração que tinha sido salvo pela graça mediante a fé e que minhas boas obras não me salvariam. No entanto, como muitos outros, esperava que Deus me abençoasse de acordo com minha performance. Minha paz viria e iria de acordo com meu senso de “bondade” ou de um surto de “maldade”. Uma falha de qualquer tipo traria desespero e a perda de paz.
Talvez você tenha tido esse embate. Você quer muito agradar ao Senhor. Mas você julga sua permanência em Deus pelo que “você está fazendo” ao invés de pelo que Jesus fez por você. Sendo honesto, veria que está avaliando sua paz interior e até mesmo a salvação pelo seu desempenho.
Não, nunca! Você não pode se justificar por qualquer meio humano. E você simplesmente não pode conhecer a paz de Deus através de Cristo, até que entenda o alicerce dela. Vem somente do conhecimento de que você está reto aos olhos de Deus através do sangue vertido de Jesus. É por esse único motivo que somos “agradáveis a si mesmo (Deus) no Amado”.
O povo de Deus deve perseguir a paz de maneira totalmente diferente, entrando na verdade daquilo que Cristo fez por nós. Sua palavra diz, “E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Colossenses 3:15).
Jesus continuará a nos justificar todo o tempo até O encontrarmos na eternidade. E a nossa fé nEle produzirá continuamente em nós poder de santificação. “Para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim” (Atos 26:18).
Sabemos que somos aceitos por Ele porque Ele convida nos achegarmos ao Seu trono com ousadia
Vou lhe perguntar: por que Deus lhe convidaria para ir ao Seu trono se estivesse com raiva de você? Você pode se condenar por ter tido um dia ruim ou ter feito algo que entristeceu o Espírito Santo. Mas nessas ocasiões, o que Sua palavra o chama a fazer? Você deve correr para o Senhor, gritando “Jesus, meu coração se arrependeu. Sei que podes apagar toda a minha iniquidade”.
O Pai não virou as costas para você. Contudo muitos cristãos vivem como se Ele tivesse feito isso. Eles vivem sob constante ansiedade achando que estão salvos um instante e não salvos no outro. Vivem em contínua confusão sem necessidade, pois não têm o seguinte alicerce: “Estou justificado aos olhos de Deus, pelo sangue do Cordeiro. E não apenas tornei-me reto aos Seus olhos - também sou aceito pelo Pai como santo. Tenho o direito de entrar em Sua presença”.
É disso que se trata a história do filho pródigo. Esse homem cheio de pecados grosseiros não apenas foi perdoado, beijado, recebeu novas vestes e um novo anel, como também foi convidado a se assentar à mesa do pai para desfrutar do banquete. Essa é o verdadeiro retrato da justificação: não somos deixados para tentar apaziguar a Deus, e sozinhos operar ingresso em Suas bondosas graças. Ele o fez por nós.
Satanás está agora mesmo diante de Deus acusando você de todos os tipos de pecados: infidelidade, mentiras, desonestidades, deficiências. Ele tem uma lista longa de cada coisa errada que você fez recentemente. “O acusador de nossos irmãos... que os acusa de dia e de noite” (Apocalipse 12:10). O Diabo diz para Deus, “Como essa pessoa pode ser salva com todas as coisas que a vi fazer? Quero justiça! Tu não podes ser um Deus justo se a deixa se safar disso”.
O Diabo está certo em muitas de suas acusações. Você falhou as vezes. Você se destituiu da glória de Deus. Você fez coisas tão diversas do que Jesus faria.
Mas nosso Juiz não se intimida ou impressiona por acusação alguma. Ouço-O do céu dizendo ao nosso acusador. “Não preciso de uma única palavra sua, pai da mentira. Legalmente você não tem o que alegar. Você está trazendo acusações contra alguém que Eu já absolvi. Agora suma!”.
Não precisamos temer nosso Juiz. Ele está do nosso lado e removeu todas as nossas transgressões: “Lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados” (Isaías 38:17). “Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miquéias 7:19). “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43:25).
Vejo o Rei da glória colocando-se diante de nosso acusador, intimando-o, “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8:33).
Alguns dos que estão lendo isso estão simplesmente vivendo abaixo de seus privilégios. Se está carregando uma carga de culpa e de preocupação que não se precisa carregar. Deus quer que você saiba o quão desimpedido você está no céu, e que agora mesmo está pronto para a glória. E Ele quer que você se aposse da paz que é sua.
Em sua segunda epístola, Pedro fala de todos os elementos da terra finalmente se derretendo. No entanto, mesmo em meio a um período tão horrendo – na hora mais atribulada do mundo – somos chamados a termos paz de espírito:
“Uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas... os elementos, ardendo se fundirão... Pelo que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz” (2 Pedro 3:11-12, 14).
Naquele dia quando ficarmos diante do Senhor vamos olhar para Suas mãos marcadas, e nos daremos conta de que a fonte de nossa justificação fez mais por nós do que jamais poderíamos cumprir com uma vida inteira de penitência ou desempenho.
Deus quer que tomemos posse de Sua bênção de paz agora mesmo
Nosso Pai quer que sejamos capazes de olhar para as feridas de Jesus e declararmos ao Diabo, “Esse é o pagamento pelos meus pecados. Você não pode mais me acusar dessas coisas, Satanás. Jesus defende a minha causa por mim. E por causa Dele sou justificado diante dos olhos de Deus”.
Recentemente orei assim, “Senhor, quero a Sua paz a todo custo. Não vou mais ouvir as mentiras do Diabo. Sei que minha salvação não está em meu desempenho. Não, Jesus, somente Tu pleiteias a minha causa. Descanso no que fizeste por mim”.
Você pode dizer o mesmo pela fé? Que você não vai tentar você mesmo operar a sua entrada na satisfação de Deus? Que Jesus tirou todos os seus pecados, e que você está pronto para entrar na presença de Deus através Dele?
O fato é que quando Deus olha para você Ele vê a Cristo. Ele não vê o “velho homem” que Paulo se refere, mas, sim uma nova criatura em Cristo. Tal como Jesus está em glória, também estamos nós neste mundo: redimidos, justificados e libertos.
Então, você está preocupado ou com medo? Você está se condenando? Você não tem mais de viver em culpa ou ansiedade. Se você confessou seus pecados e confia no sangue de Jesus, aqueles pecados se foram, e estão removidos completamente. Você está justificado.
“Já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus... que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:1,4). Deus diz, em essência, “Eu não lhe dei esse medo ou condenação. O Diabo que os pôs em você. Livre-se deles pela fé, dizendo, 'Sou lavado e limpo pela fé em Jesus. Sei que Deus me ama'”.
Se você fez isso, o Senhor se agradou de você. Você O está alegrando muito! Por isso Ele diz, “Venha ousadamente à Minha presença, torne seus pedidos conhecidos a Mim, e peça amplamente que seu gozo sejacumprido”Isso.é.paz.genuína!                                                                                                                                                                         
  

O perigo de se Dar um Passo na Direção Certa

A Importância de se ir Até o Fim Com Deus
ronne adorador
Quero falar com você sobre o perigo sutil de uma tendência comum entre muitos cristãos. Por fora essa tendência pode parecer inofensiva, mas na realidade pode causar um naufrágio. Chamo essa perigosa tendência de "prática de se dar um passo na direção certa".
Bem, é sempre bom dar um passo de fé quando colocamos nossa confiança em Cristo. Como ministro do Senhor, aplaudo esse tipo de passo. No entanto, a Bíblia nos mostra que há um grande perigo se após aquele primeiro passo não seguirmos persistentemente com uma fé ainda maior.
Ló é um dos melhores exemplos da Bíblia. Em Gênesis 19 lemos a respeito do livramento sobrenatural de Ló em relação à Sodoma e Gomorra. O anjo da ira de Deus aparecera em cena alertando Ló, "porque nós vamos destruir este lugar, porquanto o seu clamor se tem avolumado diante do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo" (Gênesis 19:13).
Ao ouvir isso, Ló imediatamente agiu em fé. "Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de casar com suas filhas, e disse-lhes: levantai-vos, saí deste lugar" (19:14). Ló acreditou no aviso do anjo e levou a sério o bastante para falar sobre o assunto com a família.
Então lemos que Ló "se demorava" no dia seguinte: "E ao amanhecer os anjos apertavam com Ló, dizendo: levanta-te, toma tua mulher e tuas filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo da cidade. Ele porém se demorava; pelo que os homens pegaram-lhe pela mão a ele... Quando os tinham tirado para fora, disse um deles: Escapa-te, salva tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-te lá para o monte, para que não pereças. Respondeu-lhe Ló: Ah, assim não, meu Senhor! Eis que agora o teu servo tem achado graça aos teus olhos" (19:15-19).
Ló sabia que tinha sido abençoado com a graça salvadora de Deus. Ele tinha sido misericordiosamente liberto de Sodoma - cidade que Deus estava preparado para julgar. O Senhor até mesmo deu a Ló a direção específica, dizendo-lhe para fugir para um monte próximo.
Porém, mais uma vez Ló hesitou, fazendo um pedido a Deus e escolhendo ele mesmo: "Seu servo foi favorecido por sua benevolência, pois o senhor foi bondoso comigo, poupando-me a vida. Não posso fugir para as montanhas, senão esta calamidade cairá sobre mim, e morrerei. Aqui perto há uma cidade pequena. Está tão próxima que dá para correr até lá. Deixe-me ir para lá! Mesmo sendo tão pequena, lá estarei a salvo" (19:19-20).
A verdade é que Ló não queria ir para o monte. Em vez disso ele queria se estabelecer no plano, em uma cidade chamada Zoar, cujo nome significa "pequena". Na mente de Ló, era uma "coisa pequena" de se pedir a Deus.
Eis aqui a figura de um homem dando um passo na direção certa, um passo de fé. Se Ló tivesse seguido de perto aquele primeiro passo com ainda mais fé, ele estaria no caminho para um local e uma situação de bênçãos dentro da perfeita vontade de Deus.
Em minha opinião, Ló é como muitos cristãos hoje. É possível para nós sermos libertos do nosso próprio tipo de Sodoma. Podemos ser salvos de uma vida de pecado, de medo e desapontamentos e então desfrutarmos da maravilhosa misericórdia de Deus. E começarmos a ouvir o Senhor nos dirigindo, "Vá e suba o monte".
Aqui está a primeira lição que devemos tirar do livramento de Ló: Devemos ir para onde Deus nos manda ir
Para Ló, o monte era para ter sido a situação e o local de bênçãos ainda maiores. Entretanto, Ló não teve nem um pingo de fé, apesar de ter sido grandiosamente abençoado. Ele havia provado a salvação, a misericórdia e o livramento de Deus, no entanto não traduziu nada disso para fé.
Como resultado, Ló não estava dependente do Senhor em absoluto. A gente pode pensar que alguém que tenha experimentado tamanha graça salvadora viria a pensar, "Fui liberto pelos próprios anjos de Deus. Certamente o Senhor tem Sua mão sobre mim. Posso confiar em Seu misericordioso amor".
Mas Ló resistiu, seguindo seu próprio caminho. E ele não tinha nenhuma idéia das consequências da decisão tomada por ele mesmo.
O mesmo é verdade para nós hoje. Como Ló, nós que formamos o corpo de Cristo fomos libertos de Sodoma. Temos provado misericórdia e graça. Porém, será que sempre acreditamos estar sendo direcionados a um lugar e situação de bênçãos quando seguimos a direção de Deus?
O fato é que alguns dos lugares aos quais Deus nos envia serão árduos
Como ministro do Senhor, aprendi algo crucial ao longo dos anos. É nunca ficar no caminho de um homem ou mulher piedosos quando estes estão rumo ao local que Deus os dirigiu.
Quando esses servos chegam ao local que Deus os enviou, eles podem passar por um dos períodos mais difíceis de suas vidas. Não obstante, o que eles experimentam é o caminho de Deus para eles. Vi destruição resultante de cristãos bem intencionados e "lógicos" ficarem no caminho desses servos, impossibilitando-os de entrarem num local ou situação que aparenta ser arriscado ou perigoso.
Ló, que não tinha fé, foi atraído para Zoar porque era fácil e confortável. Para ele seria um passo na direção certa – então ele foi. Mas Ló não poderia ter sabido do benefício salvador e libertador de seguir a orientação específica de Deus.
O fato é, a fumaça sulfúrica devorando Sodoma logo engoliria e cobriria a região inteira. Imagine a nuvem vulcânica que emergiu da Islândia recentemente, afligindo aquela parte inteira do mundo. Deve ter sido muito parecido com o que o julgamento de Deus em Sodoma produziu. Por isso Deus disse a Ló para ir ao monte ao invés do plano.
Quando desobedecemos a voz do Senhor, não temos idéia das coisas terríveis das quais Ele quer nos poupar. Posteriormente Ló foi forçado a ir para a montanha devido à destruição ardente; e pelo fato de não ter fé, acabou em desespero. Sua falta de fé resultou em incesto e outras consequências horríveis. Isso nunca é o caminho de Deus para nós; Ele não quer levar nenhum de Seus filhos por essa rota.
Talvez agora mesmo você esteja lutando contra uma certa ansiedade. Tal como Ló, você quer se adiantar a Deus e fazer algo por conta própria. Posso lhe dizer apenas uma coisa: fique exatamente onde Deus mandou você ficar. Se você está lá agora, então você está em paz. Se você não está em paz – se você não está confiando no Senhor no local onde Ele lhe colocou – asseguro-lhe, você não vai confiar nEle em lugar algum.
Talvez as coisas que você está fazendo agora lhe pareçam insignificantes. Na sua mente, podem não estar à altura do seu grande chamado. Mas quando você fizer as pazes com o lugar onde Deus lhe enviou, você será abençoado. O Senhor, que conhece a sua estrutura, vai lhe guardar, instruir e lhe abençoar além de tudo o que você possa conhecer. O ponto é sempre ir (ou permanecer) aonde Ele lhe dirigiu em Sua infinita sabedoria.
Jacó gastou vinte anos com Labão fora das bênçãos e dos planos de Deus para ele
Durante as duas décadas que Jacó gastou trabalhando para seu sogro, ele não estava debaixo da plena benção de Deus. Ao contrário, ele estava sendo fraudado. O Senhor estava resolvido a mudar isso para Seu servo. Um dia Ele disse a Jacó: "Quero que você erga estacas e volte para casa. Vá para os teus familiares em Betel".
Jacó deu o primeiro passo para a benção. Ele fez como Deus o dirigiu, reunindo seu clã e se dirigindo a Betel. Posso imaginar que Jacó ficou feliz por partir. Ele tinha trabalhado arduamente para Labão na Síria por vinte anos. E todo esse tempo viveu continuamente desapontado com o pouco que tinha a mostrar por seus serviços.
Veja, anos antes, Jacó fizera um acordo com Deus relacionado à coisas materiais. Como muitos crentes responsáveis, Jacó pensou "Preciso prover minha família". Mas se você quer seguir a rota para a benção maior de Deus terá de seguir Sua direção até o fim, não importa qual seja o preço. E agora Deus queria mais para Jacó. O Senhor tinha um propósito maior para ele.
Quando Jacó e seu clã chegaram à fronteira de Canaã, ele estava cansado e esgotado. Ele tinha a pressão de cuidar de suas duas esposas e de todos os seus filhos, bem como dos servos e rebanhos. Esse homem tinha responsabilidades que iam além de suas capacidades mentais. Ele também estava temeroso - pois em breve enfrentaria seu irmão Esaú, de quem roubara a herança de família anos antes.
Então quando Jacó chegou à uma pequena cidade chamada Selá, ele foi tentado a permanecer ali. De fato, ele comprou um pedaço de terra, construiu uma casa e até mesmo um altar onde pudesse adorar ao Senhor. Até aquele ponto Jacó tinha dado um passo na direção certa. Mas agora ele enfrentou o perigo que todos que dão esse primeiro passo encaram.
O nome "Selá" significa "lugar seguro"
"Selá" indica grama verde, uma bela casa, coisas boas. Em suma, a pacata cidade de Selá tinha grandes atrativos para um Jacó envolvido em batalhas. Deve tê-lo atraído da mesma forma que Zoar atraíra Ló.
Mas a orientação de Deus para Jacó era a de construir um altar para Ele em Betel. O nome "Betel" significa "casa de Deus". O Senhor estava dizendo ao servo, "Jacó, você gastou vinte anos vivendo para a família e si próprio. Agora Eu quero todo o seu coração. Quero que Minha visão se torne uma parte do seu próprio ser. Portanto, quero controle total da sua vida. De agora em diante você deverá receber as direções de Mim".
Para Jacó, seguir adiante parecia arriscado, até mesmo perigoso. Mas Deus queria abençoá-lo. E Jacó não poderia entrar nessa bênção a menos que abrisse mão dos planos por ele mesmo traçados. Daquele ponto em diante acabavam as fraudes, os acordos; Deus estava dizendo a esse amado homem, "Quero lhe oferecer algo além do que você possa imaginar. Ao longo do processo, tornar-lhe-ei o servo que Eu quero que você seja".
Amado, esse é o ponto maravilhoso da graça. Jesus não apenas concedeu graça sobre nós lançando nossos pecados no fundo do mar, como também nos conduz pela Sua maravilhosa graça.
Uma vez enquanto orava, ouvi o Senhor dizer para mim: "David, se Eu lhe desse a chance de dirigir sua própria vida, fazendo tudo certo em sua habilidade humana, você ainda não conseguiria chegar perto da Minha benção para você. Eu tenho os passos traçados para você".
Se nós vamos segui-Lo, devemos ir até o fim, sem atalhos. Esse é o único caminho para o Seu propósito e benção.
No Velho Testamento muitos dos servos de Deus deram um primeiro passo de obediência mas murmuraram e reclamaram quando as coisas apertaram
Não estou me referindo à reação normal que todos temos quando estamos em tais batalhas; quando estamos em lutas profundas, as coisas podem vir até nós furiosa e abruptamente. Nessas ocasiões a gente pode pensar, "Senhor, não sei se consigo dar um jeito nisso. Não vejo como superar isso algum dia". Nessas horas o inimigo se aproveita avançando com principados e potestades para tentar furtar, roubar e naufragar nossa fé.
Caro crente, isso acontece com todo verdadeiro servo de Deus. Pedro carinhosamente nos alerta de que isso aconteceria, dizendo, "Amados, não estranheis a ardente provação que vem sobre vós para vos experimentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis" (1 Pedro 4:12-13).
Mas estou falando do coração que se tornou endurecido. Esse tipo de espírito murmurador e de reclamação é contagioso, e Deus o castiga. Ao longo do Velho Testamento vemos o que acontece em cada caso de reclamação endurecida: Deus não tolera. Quando Ele diz aos Seus servos para confiarem nEle, devemos fazer o que Ele diz sem murmurar, sabendo que Ele tem em mente o melhor para nós.
Israel sob o comando de Moisés é o exemplo mais óbvio. O povo tinha acampado no Monte Sinai por um ano e aquele local se tornara um tanto aconchegante. Então veio a palavra do Senhor de que deveriam partir para o deserto. E o povo obedeceu.
Agora, quando se alinha um milhão ou mais pessoas, você pode imaginar a escala de tal empreendimento. E que visão gloriosa deve ter sido. Trombetas soando e estandartes revoando quando cada tribo e cada família se reunia. Todos estavam vindo sob a ordenação divina do Senhor.
Foi um passo na direção certa. Mas após um curto período de tempo, um grupo cuja uma das traduções chama de "amotinadores" começou a murmurar. O coração dessas pessoas tinha se tornado endurecido pelas provações, e agora elas agiam em simulação. Logo aquela murmuração delas infectou o acampamento todo e quase todo mundo estava reclamando. Isso zangou a Deus.
Pense: ali estava o povo de Deus que tinha sido miraculosamente salvo. Eles foram libertos das mãos dos inimigos por meio de uma obra sobrenatural no mar Vermelho. Mas agora os amotinadores não estavam caminhando de acordo com a palavra de Deus. E devido às suas murmurações e reclamações, Deus os castigou.
Coisas terríveis caíram sobre Israel depois daquilo. Foi uma série de consequências que eles trouxeram sobre si mesmos. Por terem resistido à direção de Deus, eles sofreram até que uma geração inteira de murmuradores finalmente morresse no deserto.
Após décadas de serviço ao Senhor, ainda estou aprendendo
Posso honestamente dizer que ainda estou sendo treinado pelo Senhor nessa área de seguir Sua direção clara, especialmente para lugares penosos. Ainda estou aprendendo a não dizer, "Chega, Deus, já é o bastante". Ainda estou aprendendo a dizer também, "Senhor, não vejo o caminho à frente. Não sei onde encontrarei a graça para prosseguir. Mas o Senhor prometeu provê-la. O Senhor disse que seria minha força".
Esse é o local e o ponto da fé verdadeira. É também onde encontramos nosso repouso: por confiarmos plenamente no amor do Senhor por nós. Como Paulo declara, o que mais devemos apresentar a Ele além de nossa fé? Não as obras. Não desempenhos. Só temos nossa crença nEle e nossa dependência dEle para prover tudo.
Agora, ao fim de cada dia, minha esposa Gwen e eu curvamos nossas cabeças e dizemos, "Senhor, Tu o fizeste mais uma vez. Tu nos livraste".
E, meu caro, Ele irá livrá-lo. Ele quer lhe conduzir a um ponto de bênçãos incríveis. Você pode ter de desejar fazer coisas insignificantes. Você enfrentará provas e lutas que serão árduas aparentando estarem além de suas habilidades suportá-las. No entanto, esse é o campo de treinamento que Deus preparou para multidões de Seus mais amados filhos. É onde aprendemos Sua natureza, Seu caráter, Suas bênçãos e Sua bondade.
É difícil entender que apesar de nossas falhas, somos apreciados e estimados por um Deus santo. Mas somos amados com o mesmo amor que Ele mostrou a Seu Filho. E Ele tem um propósito santo para nós, da mesma forma como teve com o próprio Filho. Portanto, temos uma paz que excede a todo entendimento. E descansamos sabendo que Suas bênçãos estão adiante de nós. Obrigado, Senhor – Amém!

A Ressurreição de Cristo

Bíblia de Estudo
- 1 Coríntios 15
A) A ressurreição de Cristo (v.1-11)
1 – Pregada (v.1-4)
- O evangelho dito no primeiro versículo, é o evangelho pleno, que inclui os ensinamentos sobre Cristo e a igreja, como é revelado plenamente no livro de Romanos 1:1 e 16:25.
- Devemos firmar-nos no evangelho pleno, isto é, em todo o Novo Testamento e não apenas em certos ensinamentos ou doutrinas.
- Nós, tendo sido justificados em Cristo e regenerados pelo Espírito, estamos e estaremos no processo de ser salvos na vida de Cristo (Romanos 5:10), e o seremos até que estejamos maduros e sejamos plenamente conformados a Ele (Romanos 8:29).
- A morte de Cristo pelos nossos pecados, o Seu sepultamento para nos pôr um fim e a Sua ressurreição para nos fazer germinar com a vida, segundo as profecias do Antigo Testamento (Isaías 53:5-12; Salmos 16:9-10, 22:14-18; Daniel 9:26, Oséias 6:2) são os itens básicos entre as primeiras coisas do evangelho. O último desses itens é o mais vital no evangelho que no infunde vida, para que obtenhamos vida e vivamos Cristo.
2 – Testemunhada (v.5-11)
- Os primeiros apóstolos e discípulos foram testemunhas oculares da ressurreição de Cristo (Atos 1:22) e a sua pregação ressaltava o testemunho desse fato (Atos 2:32, 4:33). Eles testemunhavam quanto ao Cristo ressurreto não apenas pelo seu ensinamento, mas também pelo seu viver. Eles viviam com Ele por meio do Seu viver (João 14:19).
- A graça, mencionada três vezes no versículo 10, é o Cristo ressurreto que se tornou o Espírito que dá vida (v.45), para introduzir, em nós, o Deus Triúno processado em ressurreição, para ser a nossa vida e suprimento de vida, de modo que vivamos em ressurreição. Assim, a graça é o Deus Triúno tornando-se vida e tudo para nós. Foi por essa graça que Saulo de Tarso, o maior pecador (1 Timóteo 1:15-16), se tornou o maior apóstolo laborando mais abundantemente do que todos os demais apóstolos. O seu ministério e viver pela graça de Deus são um testemunho inegável da ressurreição de Cristo.
- A frase “não eu, mas a graça de Deus” equivale à frase “não... eu... mas Cristo” em Gálatas 2:20. A graça que motivava o apóstolo e nele operava não era uma questão nem uma coisa, mas uma pessoa viva, o Cristo ressurreto, a corporificação de Deus Pai que se tornou o Espírito que dá vida todo-inclusivo, que habitava no apóstolo como o seu tudo.
B) A refutação de “não há ressurreição” (v.12-19)
- Neste capítulo, o apóstolo tratou do fato de os coríntios afirmarem hereticamente que não havia ressurreição dos mortos. Eles eram como os saduceus (Mateus 22:23; Atos 23:8). Esse era o décimo problema que havia entre eles. Esse problema é extremamente nocivo e destrutivo para a economia neotestamentária de Deus e é pior do que a heresia de Himeneu e Fileto em relação a ressurreição (2 Timóteo 2:17-18). A ressurreição é o pulso da vida e o que sustenta a economia divina. Se não houvesse ressurreição, Deus seria um Deus de mortos e não de vivos (Mateus 22:32). Se não houvesse ressurreição, Cristo não teria ressuscitado dos mortos. Ele seria um Salvador morto e não um Salvador vivo que vive para sempre (Apocalipse 1:18) e é capaz de salvar completamente (Hebreus 7:25). Se não houvesse ressurreição, não haveria a prova viva de que fomos justificados pela sua morte (Romanos 4:25), nem haveria infusão de vida (João 12:24), nem regeneração (João 3:5), nem renovação (Tito 3:5), nem transformação (Romanos 12:2; 2 Coríntios 3:18), nem conformação à imagem de Cristo (Romanos 8:29). Se não houvesse ressurreição, não haveria membros de Cristo (Romanos 12:5), nem o Corpo de Cristo como a Sua plenitude (Efésios 1:20-23), nem a igreja como a noiva de Cristo (João 3:29) e, portanto, não haveria o novo homem (Efésios 2:15; 4:24; Colossenses 3:10-11). Se não houvesse ressurreição, a economia neotestamentária de Deus entraria em colapso e o Seu propósito eterno seria anulado.
- “...a nossa pregação é vã...” – Isto é, vazia, oca. Sem o Cristo vivo em ressurreição, tanto a proclamação do evangelho como a nossa fé no evangelho seriam vazias e ocas, sem qualquer realidade.
- Se Cristo não tivesse sido ressuscitado para viver em nós como a nossa vida e como o nosso tudo, a nossa fé Nele seria infrutífera, não teria valor e não produziria nenhum resultado, assim como a infusão de vida, a libertação do pecado, a vitória sobre Satanás e o crescimento em vida.
- A morte de Cristo nos salva de ser condenados por causa dos pecados, mas não do poder do pecado. É a Sua vida de ressurreição que nos livra do poder do pecado (Romanos 8:2). Se Cristo não tivesse sido ressuscitado, ainda estaríamos em pecados e sob o poder do pecado.
- “...os que dormiram em Cristo pereceram.” – isto é, não ser ressuscitado, mas permanecer na morte para sempre.
- Se não houvesse ressurreição, não teríamos futuro nem esperança para o futuro como: Cristo, a nossa esperança da glória (Colossenses 1:27); a porção da nossa bênção eterna (Daniel 12:13); reinar com Cristo no milênio (Apocalipse 20:4,6); e a recompensa da ressurreição dos justos (Lucas 14:14). Todas essas esperanças estão ligadas à nossa ressurreição.
C) A história da ressurreição (v.20-28)
- Os versículos 20-28 são um parêntesis que provam a verdade da ressurreição e apresentam Cristo como as primícias da ressurreição.
- Cristo foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, tornando-se as primícias da ressurreição. Isso foi tipificado pelas primícias (um molho de primícias, que inclui Cristo com alguns dos santos mortos do Antigo Testamento, ressuscitou na ressurreição do Senhor – Mateus 27:52-53) em Levítico 23:10-11, que eram oferecidas a Deus no dia a seguir ao sábado, o dia da ressurreição (Mateus 28:1). Cristo, como as primícias da ressurreição, é o Primogênito dentre os mortos para ser a Cabeça do Corpo (Colossenses 1:18; Efésios 1:20-23). Visto que Ele, a Cabeça do Corpo, ressuscitou, nós, o Corpo, também ressuscitaremos.
- “...mediante um homem veio a morte...” – isto é, Adão, o primeiro homem (vers. 45)
- “...mediante um homem veio a ressurreição...” – isto é, Cristo, o segundo homem (vers. 47). Adão trouxe a morte mediante o pecado (Romanos 5:12); Cristo trouxe a vida de ressurreição mediante a justiça (Romanos 5:17-18). A morte que Adão trouxe opera em nós desde que nascemos de nossos pais até a morte do corpo. A vida de ressurreição que Cristo trouxe opera em nós, como é representado pelo batismo (Romanos 6:4), desde que fomos regenerados pelo Espírito de Deus (João 3:5) até a transfiguração do nosso corpo (Filipenses 3:21).
- Em Adão, nascemos na morte e para morrer; nele estamos mortos (Efésios 2:1, 5). Em Cristo, renascemos em vida e ressuscitamos para viver; Nele fomos avivados, vivificados (Efésios 2:5-6).
- “...Cristo, as primícias...” – Cristo como as primícias, ocupou o primeiro lugar na ressurreição dentre os mortos. Os crentes em Cristo, os justos, que serão ressuscitados para a vida na segunda vinda do Senhor, antes do milênio (João 5:29, Lucas 14:14, 1Tessalonicenses 4:16, 1Coríntios 15:52, Apocalípse 20:4-6). Eles serão os segundos na ressurreição dentre os mortos.
- No versículo 23, a ordem da ressurreição é mencionada: primeiro, Cristo, e depois, os que são Dele. Segundo isso, neste versículo, após a palavra então, era de esperar que fosse citado um grupo de pessoas. No entanto , aqui ele não nos diz quem, mas diz “o fim”, pois na sua sequência os que serão ressuscitados no fim não estão em Cristo. O fim aqui mencionado é o fim de todas as eras e dispensações da velha criação. É também o fim do milênio antes do novo céu e da nova terra (Apocalipse 21:1). Em todas as eras e dispensações, Deus, por um lado, tem lidado com o Seu inimigo Satanás e com todas as coisas negativas que existem no universo; por outro, tem realizado todas as coisas para o cumprimento do Seu propósito eterno. A última das eras e dispensações será o milênio, a era do reino, após a qual todos os tratamentos e realizações de Deus serão totalmente completados. Essa completação será o fim, a conclusão de toda a Sua obra. Nesse fim, todos os incrédulos mortos, os injustos, serão ressuscitados para juízo para a perdição eterna (João 5:29; Apocalipse 20:5, 11-15). Serão os terceiros na ressurreição.
- Quando Cristo anular a autoridade satânica, subjugar todos os Seus inimigos (vers. 25), abolir a morte (vers. 26) e entregar o reino a Deus Pai, isto é, quando todas as coisas negativas tiverem sido exterminadas e o propósito de Deus for cumprido na sua totalidade, a velha criação terá sido concluída.
- Após realizar a redenção, Cristo foi receber o reino do Pai (Lucas 19:12, 15). Antes do milênio, Ele, como o Filho do homem, terá recebido o reino da parte de Deus, o Ancião de dias, para governar todas as nações durante mil anos (Daniel 7:13-14; Apocalipse 20:4, 6). No fim do milênio, após ter derrotado Satanás (que é o diabo) e os seus anjos malignos (que são todo o governo, autoridade e poder) e até a morte e o Hades, colocando todos os Seus inimigos sob os Seus pés (vers. 25-26) e lançando-os todos, incluindo a morte e o Hades no lago de fogo (Apocalipse 20:7-10, 14), Ele voltará a entregar o reino a Deus Pai.
- Imediatamente após a queda do homem, Deus iniciou a Sua obra para abolir o pecado e a morte. Essa obra tem progredido através das eras do Antigo e do Novo Testamento e ainda hoje está em curso. Quando o pecado for eliminado no fim da velha criação e quando a sua origem, Satanás, for lançada no lago de fogo (Apocalipse 20:7-10), a morte será abolida; será lançada no lago de fogo com o Hades, o seu poder, após o juízo final no trono branco (Apocalipse 20:11-15).
- Deus sujeitou todas as coisas sob os pés de Cristo (vers. 27). É uma referência ao Salmo 8:4-8 relativamente a Cristo como homem a quem Deus fez ter domínio sobre todas as coisas. Isso se cumprirá quando todas as coisas mencionadas nos vers. 24-26 tiverem ocorrido. A palavra porque, no início do versículo, mostra isso. “... Lhe sujeitou todas as coisas.” – a Ele (o homem ressuscitado, glorificado e exaltado) Deus sujeitou todas as coisas (Hebreus 2:7-9; Efésios 1:20-22).
- Cristo, o Filho de Deus, como cabeça de todos os homens na Sua humanidade, está sujeito ao encabeçamento de Deus Pai (1 Coríntios 11:3) o que é para o governo do reino de Deus. Depois de Deus Pai ter sujeitado todas as coisas sob os pés de Cristo, como o homem ressurreto em glória (Efésios 1:22; Hebreus 2:7-8) e depois de Cristo, como o homem ressurreto, ter posto todos os inimigos sob os seus pés para executar a obra de Deus Pai de Lhe sujeitar todas as coisas, Ele como o Filho de Deus, ao entregar novamente o reino a Deus Pai (vers. 24) também Se sujeitará na Sua divindade a Deus, que sujeitou todas as coisas a Ele,o Filho na Sua humanidade. Isso indica a sujeição e a subordinação absolutas do Filho ao Pai, o que exalta o Pai para que Deus Pai seja tudo em todos.
D) A influência moral da ressurreição (v.29-34)
- Isso não deve ter sido uma questão oficial geralmente praticada pelas igrejas primitivas, mas uma atividade pessoal de alguns crentes individuais em nome dos mortos com quem se preocupavam, que talvez tenham crido no Senhor, mas não haviam sido batizados antes de morrerem. Eles faziam isso na esperança de que os mortos ressuscitassem na vinda do Senhor (1 Tessalonicenses 4:16), visto que no batismo está claramente representada a ressurreição (Colossenses2:12). O apóstolo usou o que eles faziam para confirmar a verdade da ressurreição. Isso não significa, porém, que ele aprovasse o fato de alguns dos crentes serem batizados pelos mortos.
- Os crentes coríntios eram fruto do labor do apóstolo, no qual ele arriscou a vida. Neles o apóstolo podia gloriar-se disso. Gloriando-se assim, ele declarou que diariamente morria, isto é, que diariamente arriscava a vida, enfrentava a morte e morria para o ego (2 Coríntios 11:23; 4:11; 1:8-9; Romanos 8:36).
- Neste ponto, ao falar sobre a ressurreição, o apóstolo usou a sua experiência na obra do Senhor para confirmar a questão da ressurreição, especialmente, o efeito da ressurreição de Cristo em si mesmo. O apóstolo se gloriou nos coríntios, que eram fruto de ele ter arriscado a sua própria vida, e o fez no Cristo ressurreto, não em si mesmo, porque corria risco de vida, ao laborar por eles, não por si mesmo, mas pelo Cristo ressurreto.
- Naquele tempo, os homens lutavam contra pessoas e questões malignas, para receber uma recompensa temporal. Mas não era desse modo que o apóstolo lutava contra pessoas e questões malignas por amor do evangelho. Antes, ele lutava segundo uma esperança mais elevada, para ser recompensado na ressurreição no futuro (Lucas 14:14; 2 Timóteo 4:8).
- “...lutei com feras em Éfeso...” – uma metáfora que denota pessoas ou questões malignas (2 Timóteo 4:17)
- “...comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.” – isso parece ser uma citação de um ditado daquele tempo, uma máxima dos epicureus. Se não há ressurreição, os crentes não tem esperança pelo futuro e se tornam os homens mais miseráveis (vers. 19). Se for assim, é melhor gozar a vida hoje e esquecer o futuro, como faziam os epicureus.
- 15:33 – Isso parece ser uma citação de um ditado daquele tempo, um fragmento de um poema grego. Com essas palavras, o apóstolo advertiu os crentes coríntios a não ter por companhia aqueles hereges que diziam ao haver ressurreição. Esta companhia maligna corromperia a sua fé e as suas virtudes cristãs.
- “Tornai-vos à sobriedade...” – ou: cessai, como é justo, de ser bêbados. Como é justo quer dizer ser reto com Deus e com os homens. Dizer que não há ressurreição ofende Deus e o homem. Isso é cometer pecado e, assim, ser injusto. Por isso, o apóstolo aconselhou os coríntios desorientados a despertar sobriamente desse pecado e restaurar um relacionamento justo com Deus e com o homem. Eles estavam embriagados injustamente no entorpecimento da heresia de não haver ressurreição e precisavam abandonar aquele entorpecimento.
- Ser herege ao dizer que não há ressurreição é não conhecer a Deus, não conhecendo o Seu poder nem Sua economia (Mateus 22:29-32). Isso é uma vergonha para os crentes.
E) A definição de ressurreição (vers. 35-49)
1 – O corpo de ressurreição (vers. 35-44)
- A realidade da ressurreição está contida e oculta na natureza, especialmente na vida vegetal. Uma semente plantada na terra morre e é vivificada. Isto é ressurreição. Isso respondia à primeira pergunta dos coríntios insensatos: “Como ressuscitam os mortos?” (vers. 35).
- 15:38 – Esse não é o corpo semeado para morrer (vers. 37), mas o corpo ressuscitado dado por Deus, que tem outra forma e num nível mais elevado. Isso respondia à pergunta insensata dos coríntios: “Em que tipo de corpo vêm?” (vers. 35).
- Nos versículos 39-41, o apóstolo provou aos coríntios insensatos que Deus é capaz de dar um corpo a todas as vidas ressurretas, assim como deu um corpo a todas as coisas criadas: aos homens e aos animais que estão na terra, aos pássaros do ar e aos peixes na água – os corpos terrenos com diferentes glórias; e ao sol, à lua e às estrelas – corpos celestes com glória celeste em vários graus.
- Um corpo almático é um corpo natural animado pela alma, é um corpo em que a alma predomina. Um corpo espiritual é um corpo ressuscitado saturado pelo espírito, é um corpo em que o espírito predomina. Quando morremos, o nosso corpo natural sendo almático, será semeado, isto é sepultado, em corrupção, em desonra e em fraqueza. Quando for ressuscitado, se tornará espiritual em incorrupção, em glória e em poder (vers. 42-43).
2 – Um corpo espiritual (vers. 45-49)
- Mediante a criação, Adão tornou-se alma vivente com um corpo almático. Mediante a ressurreição, Cristo tornou-se Espírito que dá vida com um corpo espiritual. Adão como alma vivente, é natural; Cristo, como Espírito que dá vida, é ressurreto. Primeiro, na encarnação, Ele se tornou carne para cumprir a redenção (João 1:14, 29); depois, em ressurreição, Ele se tornou Espírito que dá vida para infundir vida (João 10:10b). Mediante a encarnação, Ele tinha um corpo almático como Adão; mediante a ressurreição, Ele tem um corpo espiritual. O seu corpo almático tornou-se espiritual mediante a ressurreição. Agora Ele é o Espírito que dá vida em ressurreição, com um corpo espiritual, pronto para ser recebido pelos Seus crentes. Quando cremos Nele, Ele entra em nosso espírito e somos unidos a Ele como o Espírito que dá vida. Por isso, nos tornamos um espírito com Ele (1 Coríntios 6:17). O nosso espírito é vivificado e ressuscitado com Ele. Por fim, o nosso atual corpo almático se tornará um corpo espiritual em ressurreição, assim como o Dele (vers. 52-54; Filipenses 3:21).
- A expressão formado da terra denota a origem do primeiro homem, Adão, e o termo terreno, a sua natureza. Cristo não apenas é o último Adão (vers. 45), mas também o segundo homem. O primeiro Adão é o início da humanidade; o último Adão é o fim. Como o primeiro homem, Adão é a cabeça da velha criação, representando-a na criação. Como o segundo homem, Cristo é a Cabeça da nova criação, representando-a em ressurreição. Em todo o universo, há somente dois homens: o primeiro homem, Adão, que inclui todos os seus descendentes, e o segundo homem, Cristo, que inclui todos os Seus crentes. Nós, crentes, fomos incluídos no primeiro homem por nascimento e nos tornamos parte do segundo homem pela regeneração. O fato de termos crido, nos transferiu do primeiro homem para o segundo. Relativamente a fazermos parte do primeiro homem, a nossa origem é a terra e a nossa natureza é terrena. Com respeito a fazermos parte do segundo homem, a nossa origem é Deus e a nossa natureza é celestial.
- Como parte de Adão, temos a imagem do homem terreno por nascimento; como parte de Cristo, temos a imagem do homem celestial em ressurreição. Isso indica que, assim como em Adão nascemos terrenos, assim também em Cristo ressuscitaremos celestiais. Esta ressurreição é o nosso destino. É tão certa como o nosso nascimento e jamais deve ser questionada.
E) A vitória da ressurreição (vers. 50-58)
1 – A vitória da incorrupção sobre a corrupção (vers. 50-53)
- A carne e o sangue são os componentes do corpo almático, que é corruptível e não está qualificado a herdar o reino de Deus, que é incorruptível. A corrupção não pode herdar a incorrupção. Nosso corpo corruptível tem de ser ressuscitado num corpo incorruptível, para que herdemos o reino incorruptível de Deus em ressurreição.
- A transfiguração, que inclui a ressurreição, do nosso corpo corruptível e que o transformará num corpo incorruptível (Filipenses 3:21). Isso é misterioso para o entendimento humano. O dormiremos conforme versículo 51 é o mesmo que morreremos (1 Coríntios 11:30; João 11:11-13; 1 Tessalonicenses 4:13-16). Seremos transformados, é o mesmo que transfigurados da corrupção, desonra e fraqueza para a incorrupção, glória e poder (vers. 42-43). Isso é ter o corpo da nossa humilhação conformado ao corpo da glória de Cristo.
- A última trombeta é a sétima conforme Apocalipse 11:15 e a trombeta de Deus (1 Tessalonicenses 4:16). “... os mortos ressuscitarão...” – são os mortos em Cristo, os Crentes mortos; os santos (crentes) mortos ressuscitarão primeiro, depois os vivos serão mudados, transfigurados, no arrebatamento (1 Tessalonicenses 4:15-17).
- 15:53 – Isso se refere ao nosso corpo corruptível e mortal, que tem de se revestir de incorrupção e de imortalidade quer mediante a nossa ressurreição dos mortos quer mediante a nossa transfiguração ainda vivos. Isso é misterioso e incompreensível aos olhos naturais.
2 – A vitória da vida sobre a morte (vers. 54-57)
- Quando o nosso corpo corrompido e mortal ressuscitar ou for transfigurado da corrupção e da morte para a glória e para a vida, então a morte será tragada resultando em vitória. Isso é a consumação da ressurreição que compartilhamos na economia de Deus mediante a redenção e a salvação em Cristo. Essa ressurreição começa com o avivamento do nosso espírito mortificado e se completa com a transfiguração do nosso corpo corruptível. Entre essas duas extremidades está o processo no qual a nossa alma caída é metabolicamente transformada pelo Espírito que dá vida, que é a realidade da ressurreição (2 Coríntios 3:18).
- A morte é uma derrota para o homem. Mediante a salvação de Cristo, na vida de ressurreição, a morte será tragada resultando em vitória para nós, os beneficiários da vida de ressurreição de Cristo.
- Este capítulo fala da ressurreição. A ressurreição de Cristo foi a Sua vitória sobre Satanás, o inimigo de Deus, sobre o mundo, sobre o pecado e sobre a morte. Após a Sua ascensão triunfal às alturas (Efésios 4:8) em Sua ressurreição, Deus sujeitou-Lhe todos os inimigos (vers. 25). Então, como Aquele que está em ressurreição, Ele virá à terra com o reino de Deus (Daniel 7:13-14) para exercer o poder de Deus e subjugar tudo na terra. Isso continuará por mil anos (Apocalipse 20:4, 6). O último inimigo a ser abolido é a morte. Tragar a morte resultará na vitória final da ressurreição do Senhor, isto é, na vitória final e completa que Ele realizou em ressurreição para nós que cremos Nele e participamos na Sua ressurreição. Esse será o resultado final e máximo da Sua ressurreição para o reino eterno de Cristo e de Deus e para que aqueles que crêem Nele desfrutem eternamente a Sua vida de ressurreição na eternidade.
- 15:55 – Essa é a exclamação triunfante do apóstolo quanto à vitória da vida de ressurreição sobre a morte.
- A morte é do diabo (Hebreus 2:14) e mediante o pecado ela nos espeta para a morte (Romanos 5:12). Na redenção de Deus, Cristo foi feito pecado por nós (2 Coríntios 5:21), para que Deus pudesse condenar o pecado pela morte de Cristo (Romanos 8:3), abolindo, assim, o aguilhão da morte. Então, pela ressurreição de Cristo a morte é tragada pela vida de ressurreição.
- O pecado nos traz maldição e condenação, tanto na nossa consciência como diante de Deus, através da lei (Romanos 4:15; 5:13, 20; 7:7-8). Por isso, a lei se torna o poder do pecado para nos matar (Romanos 7:10-11). Visto que a morte de Cristo cumpriu as exigências que a lei nos fazia (1 Pedro 3:18; 2:24), o poder do pecado foi anulado. Pela morte de Cristo, o pecado foi condenado e a lei anulada e mediante a Sua ressurreição, a morte foi tragada. Portanto, temos de dar graças a Deus, que nos dá tal vitória sobre o pecado e a morte, mediante a morte e a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo (vers. 57).
- Essa vitória sobre o pecado e a morte, mediante a morte e a ressurreição de Cristo, não deve ser meramente um fato realizado para a nossa aceitação; tem de se tornar a nossa experiência diária em vida mediante o Cristo ressurreto como o Espírito que dá vida (vers. 45), que é um com o nosso espírito (1 Coríntios 6:17). Por isso, devemos viver e andar pelo espírito mesclado. Desse modo, graças serão dadas continuamente a Deus, que nos dá a vitória mediante o nosso Senhor Jesus Cristo.
3 – Um motivo para a obra do Senhor (vers. 58)
- Questionar a verdade da ressurreição é ser abalado. Ter certeza e permanecer na realidade da ressurreição é ser firme e inabalável.
- Não crer na realidade da ressurreição faz com que fiquemos decepcionados em relação ao nosso futuro, desencorajando-nos, assim, na obra do Senhor. A fé nos dá uma forte aspiração de abundar na obra do Senhor com a expectativa de agradar ao Senhor em ressurreição quando Ele voltar.
- Não pela nossa vida nem pela nossa capacidade naturais, mas pela vida e poder de ressurreição do Senhor. Nosso labor para o Senhor na Sua vida de ressurreição com Seu poder de ressurreição jamais será em vão, mas resultará no cumprimento do propósito eterno de Deus mediante a pregação de Cristo aos pecadores , no ministrar da vida aos santos e na edificação da igreja com as experiências do Deus Triúno processado como ouro, prata e pedras preciosas (1 Coríntios 3:12). Esse labor será recompensado no dia da ressurreição dos justos pelo Senhor que há de regressar (1 Coríntios 3:14; Mateus 25:21, 23; Lucas 14:14).

A Vitória da Cruz de Cristo (O Poder Purificador e Curativo do Seu Sangue

  ronne adorador
Era a noite anterior à crucificação de Cristo. Jesus havia reunido os discípulos em um cenáculo para prepará-los para a Sua partida da terra. Após compartilharem de uma refeição juntos, o Senhor pegou uma toalha e prosseguiu lavando os pés daqueles homens.
Naquela noite, Jesus disse a estes consagrados seguidores que Ele seria “elevado” (significando crucificado) pelas mãos de homens ímpios. Ao lhes dizer isso, estava prevenindo-os quanto ao que estava por vir.
Jesus encerra a mensagem lhes dizendo, “Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai” (João 16:28).
A isso, os discípulos responderam, “Agora é que falas claramente e não empregas nenhuma figura. Agora, sabemos que sabes todas as cousas... por isso, cremos que, de fato, vieste de Deus” (16: 29-30).
Os discípulos estavam comunicando a Jesus que haviam compreendido inteiramente o que lhes havia dito. Porém, mais importante, note as suas palavras no último versículo: “Agora, sabemos... cremos...”.
Parecia que uma grande fé havia se apossado de suas almas. Esses homens estavam declarando a Jesus, “Agora sim estamos enxergando, Jesus. Agora entendemos. Agora cremos!”.
Tudo isso parece sugerir que os discípulos estavam preparados para os horrendos e sangrentos dias que estavam à frente.
Jesus responde aos discípulos com uma pergunta: “Credes agora?” (João 16:31)
Quando Cristo propôs essa questão, estava lhes perguntando, em outras palavras:
“Vocês compreendem o que está por vir? Vocês são capazes de beber do cálice que vou beber? Estão prontos para crer, quando amanhã me virem pendurado indefeso numa cruz?”
“Vocês ainda crerão quando parecer que não tenho nenhum poder sobre homens ou demônios? A sua fé se manterá quando virem que o Pai Me deixou na mãos dos inimigos por um tempo? A sua confiança se manterá inabalável então?”
“A sua fé irá persistir quando virem o Meu aspecto desfigurado até quase não Me reconhecerem? O que acontecerá com a tua fé naquela hora, quando o seu Salvador parecer não ter poder para salvar nem mesmo Ele próprio?”
“Digam, credes agora? Vocês realmente crêem?”.
“Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só” (João 16:32).
A hora da provação havia chegado
Essa hora da provação veio imediatamente no rastro de muitas horas ternas de amorosa comunhão. Pense que apenas poucas horas antes, Jesus havia mansamente lavado os pés dos discípulos; só poucas horas antes Ele os prevenia sobre o sofrimento e a dor que jaziam à frente com Sua crucificação.
Mas durante a hora da provação, rapidamente se tornou claro que os discípulos não compreendiam de modo algum tudo que Jesus tinha lhes ensinado. Que cantoria deve ter havido no inferno quando essa hora veio. Em tão pouco tempo, Pedro foi da jactação de sua fé à negação de Cristo. Todos os discípulos abandonaram Jesus, bem com Ele previra, “cada um para sua casa” (João 16:32), fugindo em busca de proteção.
Antes de julgarmos estes homens, contudo, imaginemos que nós também tivéssemos ficado perto da cruz aquele dia. Como seria se você tivesse ouvido Jesus clamando, “Pai, por que Me abandonastes?”. Que pensamentos teriam passado por sua mente? Suspeito que você teria tido o mesmo raciocínio dos discípulos. Como eles, você também poderia ter se perguntado:
“Onde está a mão de Deus em toda essa dor e sofrimento? Onde está o Pai nesse momento? Por que Ele permite essa coisa terrível acontecendo, depois de tudo que Jesus prometeu sobre o Seu reino?”.
Foi esse tipo de pensamento que carregou os discípulos diretamente ao abismo do desespero. Eles devem ter tremido, pensando, “Pensávamos que Ele fosse a nossa esperança”. Agora viam sua esperança sendo estraçalhada diante deles.
É exatamente nessa hora de aparente perda da esperança que ganhamos um vislumbre da vitória da cruz
Satanás provavelmente teve exultação maligna nessa hora. Ele pode ter pensado estar vendo um padrão no povo de Deus, a seu favor. Eu o imagino pensando, “Isso é um retrato do que está por vir. Os seguidores de Cristo vão se dobrar ao passarem por dor e sofrimento. Vão cair fora assim que complicar. Uma vez tendo pego a própria cruz, vão lançar fora a fé”.
Em verdade, a cena no calvário não tinha aspecto de vitória. Mas havia algo agindo naquele dia a respeito do qual Satanás não sabia. É algo que o Diabo jamais irá compreender em relação ao nosso bendito Salvador. Estou falando da imperscrutável misericórdia de Deus em Cristo!
Algo incrível acontece uma vez a pessoa tendo recebido Jesus como Senhor. Uma vez tendo abandonado o mundo e O seguido, a pessoa para sempre está amarrada ao Senhor com cordões inquebráveis de amor. Veja a descrição que Paulo faz dessa insondável misericórdia:
“Quem nos separará do amor de Cristo? ... Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:35, 38-39).
A despeito do vergonhoso fracasso dos discípulos, a misericórdia de Deus estava plenamente em ação neles através do Espírito Santo. E essa misericórdia determinou a vitória após o dia negro da cruz. Uma semente de fé havia sido implantada nos seguidores de Jesus, e suas casas haviam sido construídas sobre uma rocha. Suas casas foram abaladas certamente quando tempestades satânicas se chocaram contra as paredes, e poderosas ondas socaram os alicerces. Mas passada a tempestade, aquelas casas permaneceram.
A semente de fé não estava morta. Estava plenamente viva! As orações de Jesus haviam prevalecido. A fé dos Seus seguidores não fracassou.
Quero me concentrar em uma das várias vitórias da cruz
Ninguém pode enumerar todas as ternas misericórdias de Cristo e as múltiplas bênçãos do Seu sangue derramado. Mas quero me gloriar em uma vitória em particular: o perdão de todos os pecados passados.
“Se andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado ... Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça” (I João 1:7; 9).
É imperativo que todo seguidor de Jesus se apodere dessa verdade gloriosa. Apropriar-se dela tem tudo a ver quanto à manutenção ou não de uma fé vitoriosa em meio às horrendas aflições. Na realidade, em dias de incerteza, esse ponto de descansar no perdão de Cristo é crucial.
Muitos de nós que temos servido a Jesus fielmente ao longo dos anos, nos tornamos confiantes de que a nossa fé pode suportar qualquer fornalha ardente; como os discípulos, testificamos, “Agora estou enxergando, Senhor. Agora eu creio”. Agradecemos a Deus por Cristo haver aberto os nossos olhos para Seus eternos propósitos.
Então de repente somos confrontados com uma crise tremenda e esmagadora. Entendemos que entramos numa fornalha sete vezes mais quente do que qualquer coisa que já tenhamos conhecido. Ficamos cara a cara com uma batalha tão dolorosa, um combate tão desgastante, que a nossa casa começa a ser abalada. E logo ela começa a submergir com pressões e temores.
Veja o testemunho de um piedoso e antigo pastor Puritano
Esse próprio pastor havia experimentado grandes sofrimentos na vida. Ele se dirigia à multidões de pessoas quando escreveu, “A primeira coisa que muitos perguntam é, 'O que foi que eu fiz? Deus, será que falhei contigo?'”.
Isso é ilustrado em uma carta que recebi de uma querida irmã em Cristo. Ela diz o seguinte em relação às suas lutas:
“Parece que o sofrimento não vai cessar, e nem fazer pausa para descanso. Não sei se isso é correção vinda do Senhor.
Me pergunto se os problemas da minha família seriam devidos à vida que tive antes de ser salva; sempre pergunto ao Pai se esse é o caso. Mas simplesmente não sei.
Às vezes penso que se é assim, então a minha punição é maior do que posso suportar certas vezes. Eu iria preferir receber eu mesma o castigo, do que os membros de minha família sofrerem devido aos meus pecados de antes.
Eu tenho o Senhor, e me afastar dEle não é opção para mim. Ele é a minha vida. Mas recentemente senti que teria sido melhor se eu nunca tivesse nascido. Então os meus filhos não estariam aqui para sofrer.
Também às vezes sinto que gostaria simplesmente de partir para estar com Jesus. Mas isso é egoísmo porque os meus filhos precisam de mim.
Por favor, se o senhor puder fazer algum comentário que poderia acertar a minha cabeça em relação a isso, eu gostaria muito de tê-lo”.
Digo a você o mesmo que eu diria à essa mulher. Ouça as palavras do apóstolo Paulo. Ele diz: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Romanos 3:24-25, itálicos meus).
Através da fé no sangue derramado por Cristo, todos os pecados passados são cobertos
Somos absolvidos aos olhos de Deus por Seu perdão imerecido. Toda culpa, todo temor e condenação são revogadas. Todas as acusações passadas são retiradas!
Em resumo, Deus não mantém mais aqueles pecados passados contra você. Ele lhe reconciliou com Ele próprio, sem inimizade alguma da parte dEle. Surpreendentemente, o Senhor fez provisão para essa reconciliação enquanto você estava ainda em pecado. Eu lhe pergunto, o quanto mais essa reconciliação se aplica agora que você confiou na vitória da cruz?
De acordo com Paulo, “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Romanos 5: 8-10).
Finalmente, Paulo nos diz, “Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (8:1). O pecado perdeu todo o seu poder de condenar. E isso aconteceu na cruz de Cristo.
Permanece o fato de que há consequências ao pecado
Algumas consequências do pecado podem ser causadas por hábitos passados. Igualmente, correção do Senhor muitas vezes acompanha o pecado. Contudo como filho de Deus você precisa definir uma coisa em sua mente, de uma vez por todas: Deus jamais corrige Seus filhos com raiva.
“Porque o Senhor corrige a quem ama,e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que suportais a correção; Deus vos trata como a filhos” (Hebreus 12: 6-7).
Você nunca é mais amado do que quando está sendo punido ou castigado pelo Senhor. O fato é que o processo de purificação inteiro tem a ver com o desejo de Deus por você. O objetivo todo é levá-lo ao conhecimento e à glória dEle próprio.
Porém, não se engane: a Bíblia chama estes tempos de dolorosos; de modo algum são alegres. “Nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo” (12:11). Contudo, aprendemos que, “depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ela tem sido exercitados” (mesmo verso).
Ao longo dos anos tenho tido de debelar muitos dos dardos e mentiras de Satanás. Hoje proclamo com segurança, “Deus não está com raiva de mim. E, querido seguidor de Jesus, Ele não está com raiva de ti. Logo, silencie tudo que o Diabo disser nesse sentido!”.
Essa é a vitória da cruz: paz com Deus e a íntima paz de Deus
Na cruz, a misericórdia e a paz assumiram um rosto. Foi uma face humana – Jesus Cristo. Ao longo da história, toda vez que um filho de Deus confiou inteiramente no poder purificador e curativo do sangue de Cristo, a paz foi prometida. É a própria paz de Cristo, a própria paz que governa o paraíso.
As palavras de Paulo quanto a esse assunto foram ditas para que todo crente as aplique em seu próprio caminhar:
E a paz de Deus, para a qual fostes chamados em um só corpo, domine em vossos corações” (Colossenses 3:15, itálicos meus).
Prezado santo, eis a nossa esperança em todas as batalhas: que a paz de Deus domine o seu coração pelo descanso nas promessas de Deus. “O próprio Senhor da paz lhes dê a paz em todo o tempo e de todas as formas” (2 Tessalonicenses 3:16).
Que a seguinte oração de Paulo se torne também a nossa, nestes dias de incerteza:
“Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (Romanos 15:13).
Graças a Deus por Sua alegria e paz! Amém.

O Evangelho dos Rejeitados

ronne adorador

Lucas 15 tem sido chamado de “O evangelho dos rejeitados”. Por séculos esse capítulo tem sido visto como a palavra de Deus aos que caíram. É uma mensagem a todos os que se desviaram de Cristo, pessoas que um dia foram achadas mas que se perderam, pessoas que podem estar presas a um pecado que as assedia.
Esse capítulo notável abre com uma multidão de pecadores se juntando para ouvir Jesus ensinar. Dentre eles havia publicanos, ou coletores de impostos, uma profissão ligada à corrupção. Os publicanos eram desprezados pela sociedade, e considerados rematados pecadores junto com as prostitutas, os fornicadores e bêbados. Em verdade, todos estes compreendiam os rejeitados da época, pessoas que estavam “perdidas” aos olhos do mundo.
Contudo, foi exatamente esse agrupamento de pessoas que Jesus mais amou; em verdade, foram especialmente essas pessoas que Ele veio buscar e salvar; eram os enfermos que precisavam de um médico, e Ele era o médico que necessitavam.
Pergunto: será que esse grupo “jogado fora” fala à você de algum modo? Talvez você tenha se distanciado do Senhor. Talvez você esteja alienado das coisas de Deus por algum pecado que o assedia: pornografia, álcool, drogas.
Seja qual for a sua luta, você não sente mais a proximidade de Cristo. Você suspeita ter ido tão fundo no pecado, que não possa mais ser perdoado; alguns lutam contra o irritante pensamento de terem ido além da redenção. Se isso lhe descreve, então essa mensagem é dirigida especialmente a você.
Quando Cristo se colocou diante daquela multidão, um grupo de orgulhosos fariseus e escribas ficou por perto. Vendo a cena, esses líderes religiosos devem ter dito uns aos outros, “Hei, hei, vejam o rabino. Qualquer bom judeu, qualquer bom mestre não iria se associar com tais pecadores. Mesmo assim esse homem os abraça e impôe as mãos sobre eles. Estas pessoas são rejeitadas, reconhecidamente pecadoras, mas Ele ora e come com eles”.
Assim que Jesus começou a falar, a multidão se calou. Ele então contou três parábolas, ilustrações poderosas sobre o coração de Deus em relação aos rejeitados. Tais parábolas incluíam histórias de uma ovelha perdida, uma moeda perdida e um filho perdido.
A mensagem de Jesus naquele dia foi dirigida não apenas para aqueles que se reuniram diante dEle. Foi dirigida à cada geração e especialmente para a nossa atual.
Nestas três parábolas, Jesus nos dá uma mensagem de três partes a todos que caíram no pecado
A mensagem de Cristo nestas parábolas é para todos que caíram no cativeiro do pecado. Isso pode incluir pastores ou mestres, ou simplesmente qualquer crente. É para aqueles que no passado estavam em chamas para o Senhor, mas que agora estão afastados, se esfriando, sentindo-se não amados por Deus ou pela igreja.
Me lembro de um pastor ao qual dei aconselhamento e que caiu em adultério. Esse homem perdeu sua igreja e a família, e foi deixado sem um tostão no bolso. Ele me disse, “Deus me abençoou com muito, e mesmo assim pequei contra tanta luz. Preguei mensagens contra exatamente o que cometi. E aqui estou agora, banido”.
A mensagem de Jesus é para ele e multidões como ele.
1. Cristo começa com a parábola da ovelha perdida
“Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?” (Lucas 15:4, itálicos meus).
Jesus está falando aqui de uma ovelha que havia estado no aprisco. Claramente, isso representa um membro do rebanho de Cristo, alguém que foi bem alimentado e guiado por um pastor amoroso. No entanto essa ovelha se perdeu, e então o pastor saiu procurando por ela.
Note o que Jesus diz sobre o pastor aqui: “(Ele) vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la” (15:4). Deus jamais desiste de alguém que Lhe pertença e tenha se desviado. Ele nunca permite que o caído se distancie tanto a ponto de não poder ser trazido de volta. Pelo contrário, Deus sái para achar essa ovelha, abraçá-la e trazê-la de volta ao aprisco.
Em termos simples, você pode ir tão longe dentro do pecado até chegar ao exato limiar do inferno, e Ele ainda irá em seu encalço. Davi testifica, “Se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também” (Salmo 139:8).
Todos já ouvimos a expressão “inferno na terra”. Assim é a vida para os que correm de Deus. A sua “cama no abismo” é uma situação medonha e terrível. Significa estar cativo ao pecado, afastando-se mais e mais do Senhor até que com o tempo se cai numa inatividade sem vida. Essa inatividade é acompanhada por um contínuo medo que lhe cochicha, “Você está se afundando mais e mais no inferno. E nunca mais vai voltar para Deus”.
Por anos, minha mulher Gwen e eu aconselhamos a desviada filha de um pastor. Quando jovem ela havia sido chamada para missões, e seu coração era do Senhor. Foi educada numa família piedosa, mas quando adolescente se rebelou. Finalmente, com dezoito anos fugiu de casa e casou-se com um ateu.
De tempos em tempos essa jovem mulher nos visitava, e Gwen e eu ministrávamos à ela. Ela parecia responder, mas com o passar dos anos lentamente endureceu o coração. Ela e o marido tiveram dois filhos, e ambos cresceram para se tornar ateus.
Durante anos essa mulher viveu perseguida por seu chamado ao ministério, e com o passar do tempo se tornou profundamente amarga em relação a isso. Certa época ela nos disse: “Por favor não me falem mais a respeito do meu chamado. Eu fiz a minha cama e agora tenho de deitar nela. Estou casada com um ateu, e a vida tem sido um inferno”.
Ela era especialmente mais íntima de Gwen, que sempre a abraçava e lhe dizia de quanto o Senhor a amava. Mas à certa altura ela ficou convencida de que “Não consigo voltar a ser o que eu era antes. Você está vendo a que ponto eu cheguei. Para mim, acabou”.
Contudo o Espírito Santo continuou chamando-a e “deixando recados”. Como Jesus diz nessa parábola, Ele vai atrás da ovelha perdida até encontrá-la.
Anos mais tarde, quando essa mulher estava na faixa dos sessenta anos, ela nos telefonou; havia acabado de se divorciar e estava se mudando para um novo apartamento. Ela o estava arrumando e tinha um emprego novo; realmente se mostrava entusiasmada ao nos dizer, “Finalmente, acho que estou num momento de minha vida em que posso ter um pouco de paz. Talvez eu consiga viver feliz agora”.
Na semana seguinte ela desenvolveu um quadro de dor de garganta. Internou-se num hospital, mas em poucos dias morreu. Essa mulher nunca havia estado doente, e em tão pouco tempo sua vida acabava.
Um parente que a havia visto no hospital, mais tarde nos disse que ela havia orado a Jesus um pouco antes de morrer. Aparentemente, o Senhor alcançou-a no último momento, pegou-a nos braços, e então levou-a para estar com Ele.
Eu creio que Jesus capturou-a à meia noite, assim que ela foi movida para a eternidade. Eu O vejo dizendo, basicamente, “Busquei essa ovelha durante anos. E todo esse tempo, Eu aguardava apenas um clamor de seu coração”.
Cristo diz através disso, “Não importa o que você possa ter feito. Você pode ter feito a sua cama no inferno. Mas você não chegou tão fundo no pecado a ponto de EU não poder alcançá-lo e recebê-lo de braços abertos”.
“Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo” (Lucas 15:5)
Quando o pastor encontra a ovelha perdida e machucada, ele não a leva de volta ao aprisco imediatamente. Segundo a parábola, ele carrega o animalzinho ferido para a sua casa. Aí ele convida todos os seus amigos para se reunirem, exclamando: “Alegrem-se comigo; pois achei a minha ovelha que estava perdida” (Lucas 15:6).
Nesse último verso, encontramos o coração da mensagem de Jesus nestas três parábolas. Em cada, Cristo fala da alegria daquele que achou a ovelha perdida: “Haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (15:7).
Ao longo dos anos tenho testemunhado o encontro e a cura de muitas ovelhas perdidas. Com muita frequência, mais tarde descobri que a maioria destes que foram trazidos de volta e restaurados não desfrutaram de Jesus na verdade. Sabiam que estavam perdoados e eram amados. Mas depois de muito tempo eles ainda se condenavam, achando, “Eu fui tão horrendo. Tenho de compensar ao Senhor, aos meus queridos, ao corpo de Cristo”.
São perseguidos por um senso de tempo perdido, de anos desperdiçados, por temores de nunca mais poderem agradar ao Senhor. Muitos gastam energia e idéias tentando aplacar a Deus. Constantemente se lançaram à obras movidos pela carne. Mas todo esse tempo Jesus estava mais desejoso em perdoá-los do que eles em receber Seu perdão.
Será que é por isso que Cristo fala repetidamente nestas parábolas do quanto Deus se alegra pelo encontro dos que se perderam? Veja a parábola da ovelha: se fôssemos observar em detalhes o interior da casa do pastor, veríamos a ovelha recuperada sendo carregada em amor, lavada, penteada e cuidada para a cura.
O pastor nunca censura ou “dá a bronca” na ovelha enferma; ele não fica espalhando aos outros sobre como ela fugiu. Antes, esse pastor se rejubila diante de todos, dizendo: “Vejam a minha ovelha perdida, que foi achada. Eis um troféu da minha graça!”.
E mais, todo o tempo desperdiçado enquanto a ovelha estava perdida, agora seria restaurado. A palavra de Deus diz: “Regozija-te e alegra-te, porque o Senhor faz grandes coisas... Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto...Comereis abundantemente, e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor, vosso Deus, que se houve maravilhosamente convosco... Sabereis ...que eu sou o Senhor, vosso Deus, e não há outro; e o meu povo jamais será envergonhado” (Joel 2:21, 25-27, itálicos meus).
Observe a última frase. Não importa o que você possa ter feito, o quão distante você possa ter se desviado. Uma vez o pastor tendo lhe trazido de volta, você está remido em totalidade. Não há motivo para você operar na força da carne tentando compensar pela queda vivida. O seu Redentor declara: “Inexiste mais motivo para você se envergonhar. Eu te remi!”.
2. Agora vem a segunda parábola na mensagem de Jesus àquela multidão de pecadores: a história da moeda perdida
“Qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?” (Lucas 15:8, itálicos meus). Mais uma vez, o proprietário vai atrás do objeto perdido e precioso até encontrá-lo.
“E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido” (15:9). Nessa segunda parábola também, a primeira coisa que a proprietária faz quando recupera o precioso objeto é se alegrar. Ambas parábolas enfatizam esse tema: há enorme júbilo quando do encontro do item perdido. “De igual modo... há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (15:10).
No começo da década de 60, após meu pai haver falecido, vim à Nova York para trabalhar com membros de gangues e viciados. A minha mãe e uma boa amiga dela chamada Faye trabalhavam conosco no ministério. Era o início da era hippie, e as ruas de Greenwich Village estavam cheias de leituras poéticas, de bandas de rock e de homossexuais.
Mamãe adorava ministrar nas ruas do Village, e então nos pediu que abríssemos uma cafeteria lá. Nós serviríamos rosquinhas e café de graça aos jovens que entrassem, e ela iria testemunhar para eles. Chamávamos aquela cafeteria de “Moeda Perdida”. Mamãe falava de Jesus a todos que passavam lá, sempre operando com o lema: “Se apenas uma pessoa for salva, o ministério terá valido a pena”.
Um dia um jovem judeu entrou e sentou-se à uma mesa. Mamãe sentou-se ao lado dele e começou a lhe falar sobre o Messias. Esse jovem era um rejeitado da sociedade americana e da sua herança judaica. Seu nome era Kurt, e como muitos jovens daquele tempo ele estava buscando a verdade. Ele continuou vindo à cafeteria, e cada vez mamãe testemunhava para ele e orava por ele. Kurt finalmente deu a sua vida para Jesus.
Havia muitos jovens que entravam naquela cafeteria, eram convencidos pelo Espírito Santo e oravam e aceitavam Jesus. Mas havia uma moeda perdida em particular que o Espírito Santo havia se determinado a varrer até encontrá-lo nas ruas de Greenwich Village: Kurt.
Minha mãe desde então foi estar com o Senhor. E a partir daqueles anos o testemunho de Kurt continuou com vários desdobramentos. A sua história foi lida em todo o mundo na revista Guideposts. Ele e sua mulher, Bárbara, imprimiram e distribuíram os meus sermões por mais de trinta e cinco anos, incluindo no site deles, www.misslink.org, o qual tem recebido centenas de milhares de entradas de pessoas de todo o mundo baixando os sermões e mensagens.
Tudo isso remonta à parábola da moeda perdida. A mulher varreu e varreu dizendo, “Vou varrer até encontrá-la”. Na Moeda Perdida, a moeda preciosa era Kurt.
Recordo-me de outra maravilhosa história do Espírito Santo indo atrás do que estava perdido até achá-lo
Essa história envolve duas moedas perdidas, e teve lugar numa Kosovo destruída pela guerra, na Sérvia. Enquanto tropas varriam as ruas que haviam sido bombardeadas naquela cidade, e mísseis caíam por todo lado, o Espírito Santo estava também varrendo as ruas, buscando os perdidos.
Um jovem e sua esposa eram viciados em heroína, vivendo nas ruas da cidade. Um cristão que passava apareceu no caminho do casal e lhes deu uma cópia do meu livro “A Cruz e o Punhal”. O casal decidiu ler um capítulo de cada vez, e viajar na heroína entre capítulos.
Capítulo após capítulo, o casal ficava no “barato”. Contudo cada novo capítulo do livro trazia-lhes um vislumbre de esperança. Os dois começaram a se perguntar se Deus poderia trazer mudança às suas vidas, também. Pensaram, “Talvez não estejamos além da redenção”. Então se levantaram, entraram numa pequena igreja e renderam suas vidas a Jesus.
Hoje, esse casal dirige o centro de reabilitação de drogas Desafio Jovem na Sérvia. Tudo porque o Espírito Santo, como uma mulher determinada, varreu as ruas de uma cidade destruída pela guerra, procurando rejeitados. Imagine a grandiosidade do júbilo de Deus por ter achado estas duas moedas perdidas!
3. Finalmente, chegamos à terceira parábola de Jesus: a história do homem perdido
Chamamos esse homem de filho pródigo, ou perdido. A história é muito familiar à maioria dos leitores, então não vou entrar em todos os detalhes. Mas realmente desejo dizer o seguinte sobre ela: não trata primariamente de um filho perdido; antes, trata do deleite do pai.
Para não haver dúvida, a parábola do filho pródigo é sobre o retorno. Também é sobre a graça, o perdão e a restauração. Mas não é só sobre o filho finalmente voltando ao lar. Leia a história de novo, e você notará que, significativamente, a história não termina quando ele retorna.
Não, essa parábola é também sobre o que mantém o filho em casa. O que é que produz isso? É o conhecimento de que o pai se deleita nele. “Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” (15:24).
O pai do filho pródigo nunca o repreendeu, nunca o condenou, nunca sequer falou do filho ter partido; antes, fez uma festa para o filho e convidou todos os amigos e vizinhos da família. Esse pai ansiava pela volta do filho, e agora isso havia acontecido.
O filho protestou no começo, dizendo ao pai, “Não, não, não sou digno”. Mas o pai o ignorou, pedindo aos servos uma roupa nova para ser posta sobre seus ombros, anéis em seus dedos, e sandálias para seus pés. Agora tudo que o pai possuía estava novamente disponível ao filho. E houve grande júbilo, com música, danças e banquetes.
Creio que foi o amor que trouxe esse jovem de volta. Mas foi o deleite do pai que o manteve lá. Veja, o filho pródigo foi conservado junto ao pai pelo simples ato de o jovem acordar todo dia vendo o pai feliz por tê-lo no lar; seu pai se deleitava por tê-lo presente consigo. E mais, tudo na vida daquele jovem que havia sido devorado pelo gafanhoto estava sendo restaurado.
Conheci muitos ex-viciados que são como o filho pródigo. Eles conseguem se concentrar apenas no que foi perdido anos atrás devido ao vício: o cônjuge, filhos, o ministério. Eles sentem a correção de Deus e isso pode ser doloroso. Mas Jesus lhes diz nessa parábola, “Nada está perdido no Meu reino. Você será fortalecido através disso. Você está em casa agora. E a Minha graça irá lhe restaurar inteiramente”.
Vou compartilhar uma última história
Enquanto eu preparava essa mensagem, li as notas de um sermão que preguei anteriormente há cerca de dezessete anos atrás. Elas contem uma ilustração que eu dei, um relato verdadeiro sobre um de meus filhos espirituais.
Gwen e eu amamos esse jovem desde o início. Ele era profundamente consagrado a Deus, um verdadeiro ganhador de almas e grandemente respeitado por muitos. Mas foi surpreendido pelo pecado e sofreu uma queda moral.
Ele sentiu muita vergonha pelo acontecido e foi ferido pela dor que causou a outros. Mais do que tudo, ficou envergonhado por haver desonrado ao Senhor. Em sua confusão, acabou voltando ao velho vício da cocaína, tentando afogar o que sentia.
Esse homem se tornou o filho pródigo. Acabou se divorciando da esposa, se envolveu em negócios e teve muito sucesso. Dirigia carros riquíssimos e era amigo de ricos e famosos. Durante todo esse tempo continuou com a cocaína e começou a beber muito. Vivia sob temor espiritual, sempre se preocupando, “Será que me afastei tanto de Deus que não consigo mais voltar?”.
Como o pródigo, gastou tudo em prazeres mundanos. Os problemas se acumularam, e sua saúde se deteriorou. Desenvolveu problemas cardíacos e começou a escarrar sangue. Certa ocasião, se trancou sozinho por três dias num quarto, usando a droga na esperança de morrer.
Um dia, no fundo do poço, ele estava só no quarto, bebendo e sofrendo. Ficou convencido de estar condenado ao inferno. Finalmente, se ajoelhou e clamou a Deus: “Por favor, me ajude. Me pegue de volta”.
O Pai respondeu imediatamente ao clamor desse jovem. O abraçou e o recebeu de volta. Que alegria quando perguntei sobre ele e me responderam, “Você não sabia? Ele voltou. Está limpo, e Deus o está abençoando”.
Esse filho pródigo assentava-se no culto de nossa igreja quando eu preguei exatamente essa mensagem no mês passado. Ele veio para visitar Gwen e a mim.
Amado filho que sofre, você se sente como um banido, um rejeitado? Tem se sentido indigno do amor do Pai para consigo? A única coisa que você precisa fazer é esticar os braços, exprimir um clamor por socorro, e o Verdadeiro Pastor lhe pegará e levará para os Seus braços. Aquele que tem estado atrás de você por anos está pronto para recebê-lo. Agora é a hora de voltar para Jesus!

A Feitura de um Homem de Deus

ronne adorador
Quero falar sobre três homens que Deus usou poderosamente - e como Ele usou o fracasso para produzir neles a piedade.
Hoje ouvimos tanto sobre sucesso e como as pessoas podem obtê-lo. Sucesso em termos bíblicos é muitíssimo diferente. Ao considerarmos aqueles que Deus usou para mover suas gerações, descobrimos que os elementos que Ele usou para lhes dar forma foram tormentos, dores, sofrimentos e fracassos.
Vejamos o piedoso Jó. Eis um homem que falhou em seus motivos. Jó estava orgulhoso de sua própria bondade, dizendo, "Nunca fiz mal a ninguém. Vivo retamente". Em verdade, ao lermos esse livro, nos perguntamos como Deus poderia ter tamanho apreço por um homem tão orgulhoso. Mesmo Jó sendo piedoso, e se desviando do mal, estava claramente convencido de sua própria justiça e retidão.
A seguir, vejamos Davi. Eis um homem que falhou em sua moral, contudo mesmo assim se tornou um grande homem de Deus. Gerações de pessoas têm se sentido confusas pelos atos de Davi. Como um homem tão arrojado em sua piedade poderia cair numa imoralidade tão descarada? O rei acabou rastejando no chão. Como alguém que caiu tanto acabou sendo, como as escrituras dizem, um homem "segundo o coração de Deus"?
Finalmente, vejamos Pedro. Eis um homem que fracassou na sua missão. Pedro tinha uma visão e um chamado; na verdade ele foi a pessoa a qual Cristo confiou as chaves de Seu reino. Mas esse mesmo homem acabou chorando pelas colinas, tendo ofendido e rejeitado o Cristo a quem amava. A despeito desta falha tão grande, Pedro se tornou um homem re-construído e serviu como porta-voz de Deus no Pentecostes, quando a igreja do Novo Testamento nasceu.
Quais são as forças que entram na feitura de um homem ou mulher de Deus?
O que tem em comum todos aqueles que seguem Jesus? Se quisermos o toque de Deus em nossas vidas, que lutas interiores todos enfrentamos? E quais são as forças e pressões que Deus usa para produzir retidão em nós? Não ousemos orar dizendo, "Use-me, Jesus", ou, "Senhor, ponha as Tuas mãos sobre mim", a menos que estejamos desejosos de enfrentar aquilo que certamente virá.
Tenho lido muitas biografias de missionários, tanto dos dias atuais quanto da história antiga. Poderíamos pensar que estas preciosas pessoas, tão usadas por Deus, teriam histórias de amor, poder e alegria constantes. Mas não é assim. Suas histórias são marcadas por angústias, desencorajamentos, e até trapaças como Jacó. Suas histórias não são de aventuras, mas de lágrimas. Lemos de santos falidos que choram até caírem de sono, almas em desespero que gritam, "Sou tão fraco diante do pecado! Sou inconsistente, sempre com altos e baixos. Como Deus poderá me usar?".
Se formos genuínos no desejo de saber quais as forças que produzem piedade, precisamos ir ao Jardim do Getsêmani - em resumo, a Jesus, o nosso exemplo. Todas as forças que foram reunidas contra Jó estavam também lá no Getsêmani, reunidas contra Cristo. Igualmente, o ardente sedutor que tentou o coração de Davi na cobertura de seu palácio é o mesmo tentador que tentou Jesus sobre o pináculo do templo para destruí-Lo. E todas as forças de tormento que flagelaram a alma de Pedro também estavam no Getsêmani, guerreando contra o nosso Salvador.
Entenda claramente: Cristo foi tocado por todos os sentimentos de nossas enfermidades. Inexiste provação enfrentada por nós que Ele não tenha enfrentado.
Para sermos servos de Deus precisamos à certa altura receber um cálice de dores.
A todo verdadeiro homem ou mulher de Deus virá um cálice de dores. Veja a prece de Cristo no jardim: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26:39).
O ministério inteiro de Jesus havia sido fazer a vontade do Pai; na realidade, por três anos tudo que fez apontava para o calvário. Agora, no Getsêmani, qualquer que tenha sido o conteúdo do cálice bebido por Jesus levou-O a suar grandes gotas de sangue. Ele clama em verdade, "Oh, Deus, se for possível, livre de mim essa carga. Ela é pesada demais para mim. Eu preferiria que ela fosse passada de mim".
Quando Jó foi servido de seu cálice de dor, ele grita, "A minha dor é tão grande que não consigo enxergar por onde ando. Banho minhas feridas em lágrimas". Quando Davi bebeu o cálice de dores, a sua cama tornou-se um leito de lágrimas. Ele diz, "O meu peito e meus ossos estão consumidos pela dor". Ouço em ambos as palavras do próprio Jesus: "Mestre, se de alguma maneira for possível, que esse cálice de dores passe de mim".
Não sei qual possa ser o seu cálice de dores. Alguns cristãos têm orado durante anos para serem libertos dos seus. Não se engane, eu creio na cura. Contudo também creio em aflições curativas. Davi testifica, "Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra" (Salmo 119:67).
Não podemos nos permitir achar que toda dor ou provação seja um ataque do Diabo. Nem podemos pensar que tais provações signifiquem pecado na vida e que Deus esteja nos julgando. Davi fala diferente: se ele não tivesse sido afligido, não teria buscado o Senhor.
Então, você quer ser um homem ou uma mulher de Deus? Você quer a mão do Senhor sobre si? Quero dizer: lhe será servido um cálice de dores. Você deitará sobre um leito de lágrimas. Você irá chorar não tanto por uma dor física, mas por algo muito pior do que isso. Estou falando da dor de estar sendo ferido e rejeitado pelos amigos. É a dor dos pais quando seus filhos menosprezam seus corações e se tornam estranhos para eles. É a dor entre marido e mulher quando muralhas de tijolos são construídas entre eles.
Oh, a trágica agitação que vem, as noites inquietas em claro - sabendo que Deus é real, que você está andando no Espírito, que ama Jesus com todo o seu ser... e ainda assim é forçado a beber um cálice de dores.
Não podemos fugir deste cálice. Não podemos cair no engano de achar que seguir Jesus é só felicidade. As escrituras efetivamente dizem que a nossa abordagem à vida deve ser "motivo de toda alegria". Mas também dizem, "Muitas são as aflições do justo". Mesmo Deus tendo nos prometido livrar de toda aflição, ainda assim dói profundamente passar por ela.
Pedro tentou rejeitar a aflição através da carne. Ele brandiu uma espada no Getsêmani dizendo a Jesus em verdade, "Mestre, Tu não precisas passar por isso. Eu os seguro enquanto foges". Muitos cristãos hoje têm a mesma atitude. Eles tomam a espada nas mãos para tentar afastar as aflições, dizendo, "Não tenho de passar por isso. O meu Deus é um Deus de bondade!".
Eu creio que Deus é fiel. Mas Jesus nos diz que não podemos fugir do nosso cálice de dores. Ele ordena a Pedro, "Guarde a espada. Esse não é o caminho do meu Pai. Viva pela espada e você morrerá por ela". E então declarou, "Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" (João 18:11).
Quando se confia nAquele que está lhe servindo esse cálice - quando você vê o Seu propósito por trás do sofrimento - então você é capaz de bebê-lo. Isso pode lhe queimar, arder ou deixar cicatrizes, mas não tenha medo, pois o seu Pai segura o cálice. Você não está bebendo morte, mas vida!
O servo de Deus também irá suportar uma noite de confusão
Jesus disse no Getsêmani: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal" (Mateus 26:38). Você pode imaginar o próprio Filho de Deus suportando uma noite de confusão? Não sabia Ele estar prestes a declarar toda vitória sobre o inferno e a morte? Não tinha Ele um inato senso de direção e de objetivo, e de que o Pai estava com Ele? Ele teria visto em sua visão profética que iria enfrentar essa hora; na verdade, disse aos discípulos, "Não permanecerei convosco por muito mais tempo".
Gerações de cristãos têm dito que a parte mais difícil da fé é a última meia hora. Quero acrescentar uma palavra aqui de que a noite de confusão e perplexidade sempre vem um pouco antes da vitória, um pouco antes de ir esvaecendo a escuridão e de a madrugada começar a amanhecer. Em outras palavras: um pouco antes de todo poder de Satanás ser quebrado, você enfrentará uma devastadora noite de confusão.
Nessa hora, parecerá que todo senso de direção e de propósito se foi. A sensação que você tinha do Espírito de Deus - dO qual você dependia - parecerá ter se evaporado. Jó deixa isso claro quando diz, "Viro para a direita e Ele não está. Viro à esquerda, e Ele não está. Se o Senhor está agindo, não vejo isso".
Davi chora durante sua noite de confusão, "Estou aniquilado pela escuridão. Os meus olhos estão em negritude!". Na noite de confusão de Pedro, ele foi provocado a desprezar o Mestre. O seu grito foi essencialmente aquele de muitos cristãos de hoje: "Por que eu?".
Jó teve o mesmo sentimento de Pedro. Ele declara: "Não confiei no braço da carne. E não ocultei a minha transgressão. Fui honesto; mantive a minha integridade. Então, por que eu? Por que tenho de enfrentar essa confusão? Por que teria eu de sofrer?".
Ele fala a muitos crentes de hoje, os quais clamam, "Senhor, não enganei ninguém. Evito desonestidade de todo tipo. Então, onde está o Teu cuidado? Por que essa noite de confusão?".
Visualize Davi, poderoso rei de uma poderosa nação - quando o profeta Natã o confronta. Você consegue imaginar o terror que Davi sentiu quando o seu pecado foi exposto? De repente, Davi não reconhecia o homem que havia cometido as impiedades que Natã citava. Na realidade Davi escreveu três belos Salmos sobre essa noite de confusão, debatendo-se para saber por que houvera cometido coisas tão iníquas. Só conseguia dizer, "É muito difícil para eu entender. O pecado me superou. Oh, por que eu?".
Muitos no corpo de Cristo enfrentam questões morais como as de Davi. Em sua noite de confusão se perguntam, "Deus, por que eu? O meu coração Lhe buscava quando o pecado me cobriu. A minha alma inteira está contaminada. Eu não entendo".
Nem por um momento ache que uma pessoa que tenha sido usada poderosamente por Deus tenha as respostas. Sei como é enfrentar esse divino silêncio numa noite de confusão. Sei como é caminhar um período de confusão, sem aparentemente ninguém para me guiar. Todos os meus padrões anteriores de orientação e discernimento se tornaram inúteis; eu simplesmente não conseguia enxergar o caminho. Fui reduzido ao seguinte clamor: "Senhor, o que aconteceu? Não sei para onde ir".
Todos enfrentarão essa noite. Contudo, graças a Deus, é uma fase que irá passar. O Senhor deseja deixar o nosso caminho claro.
Finalmente, o servo de Deus suportará uma hora de isolamento.
Jesus brada no Getsêmani, "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?". Que palavras incríveis ouvidas dos lábios de Jesus, o Filho de Deus. Ouvimos palavras similares de Jó, que diz, "Deus ficou cruel comigo". Igualmente, Davi pergunta, "Deus se esqueceu de Suas misericórdias? Ele as retirou de mim?". E Pedro, se isolando ao lado da fogueira fora do Sinédrio, diz amargamente, "Não conheço esse homem!".
A verdade é que na hora do isolamento inexiste amigo que compreenda o que você está passando. Parece que Deus escondeu a Sua face. Você pode perguntar, "Seria realmente possível Deus levantar a mão e esconder a face de Seus amados por um tempo?". As escrituras respondem, "Deus se escondeu dele para prová-lo, experimentá-lo - e ver tudo o que havia em seu coração".
Posso honestamente dizer que Jesus nunca esteve tão real para comigo. Mesmo assim não há terror que se compare ao flagelo de quando os céus ficam frios e duros como metal às suas preces. Nestes momentos há só medo e vazio. O seu coração chora, "Oh Deus, onde estás?".
Isso soa estranho a você? Você nunca enfrentou tal crise em sua vida? Então você nunca esteve no Getsêmani. Nessa hora de trevas Deus diz o seguinte sobre Si: "Em apenas um instante de ira Me ocultei". Contudo Ele também promete, "Me volto para ti em ternas misericórdias". E assim fará conosco, Seus filhos, estendendo-nos Sua misericórdia em nossos tempos de isolamento.
O que resultou a estes servos que suportaram seu cálice de dor, sua noite de confusão, sua hora de isolamento?
Jó conclui em sua hora de isolamento, "O Senhor conhece os meus caminhos. E quando Ele parar de me provar, serei como ouro, porque confio nEle".
Davi em sua noite de confusão declara: "Cantarei as misericórdias do Senhor para sempre! Elevarei a minha voz em louvor a Ele".
No Pentecostes, Pedro se eleva acima do seu fracasso para trazer um sermão que trouxe milhares ao reino em uma só hora. Esse foi o apóstolo que Jesus escolheu para declarar ao mundo, "O que vocês estão vendo é aquilo que foi prometido ao profeta Joel".
Sabemos que todos estes homens foram dedicados servos de Deus. O Senhor tinha conhecimento da justiça e retidão de Jó... Ele com suas mãos indicou Davi dentre seus irmãos... e o próprio Jesus apontou para Pedro e lhe disse, "Venha, siga-me". Contudo todos estes servos amados e escolhidos experimentaram grandes testes além de seus limites humanos.
Lembro-me da frase de um velho hino evangélico dizendo, "Em algum lugar das sombras você encontrará Jesus". Amado, a minha batalha não é no lar; amo minha mulher e tenho filhos e netos maravilhosos. A minha batalha não é com amigos; tenho milhares pelo mundo que eu sei me apreciam. Nem é com a fé; nunca amei mais o Senhor do que agora; nunca desejei a Jesus mais do que agora em toda a minha vida.
Vou lhe dizer onde está a minha batalha. Quanto mais eu oro dizendo, "Senhor, me use", mais sinto as forças do inimigo se alinhando contra mim. Quanto mais oro para que as pessoas sejam ganhas para Jesus - quanto mais luto em oração e no testemunhar fiel pela alma das pessoas - mais me sinto sendo esmagado como Jesus foi. E mais eu grito, "Oh Senhor, quisera eu ter asas para voar. Eu então fugiria deste cálice de dores, desta provação da minha alma. Deus, não consigo suportar o cálice!".
Mas como Jó, Davi e Pedro antes de mim, eu sei em quem tenho crido.
Quando um homem ou mulher de Deus está sendo feito, forças inimigas virão contra ele em grande fúria.
Neste momento você pode estar experimentando um amargo cálice de dores. Você pode estar suportando uma negra noite de confusão, uma terrível hora de isolamento. Mas insisto para que você faça como estes homens fizeram naquele seu momento mais negro, e assuma uma postura de fé. Diga como eles disseram, "Mesmo sendo provado, e tendo todas estas forças alinhadas contra mim, sei em quem tenho crido. E sei que Ele é poderoso para guardar o que Lhe confiei até aquele dia".
Você pode não ter alegria nesse momento. A sua alma pode não estar inundada pela paz. Em verdade, você pode ainda ter agitação na alma. Se esse é caso, permaneça arraigado firmemente em Sua palavra. Pare de tentar descobrir uma saída você mesmo. Há senão um caminho para se percorrer, e esse é caminho através do Getsêmani. “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã".
Muitos homens e mulheres amados em Cristo me contam histórias tristes de amor perdido, prolongadas tristezas, aflições intermináveis; muitas vezes é como se as lutas jamais terão fim. E em verdade, em termos humanos, parecem presos à situações desesperadoras. Para eles, a vida é apenas dor e rejeição, com momentos de felicidade muito poucos e distanciados. Eles começaram a questionar o Senhor, se perguntando "Será que esse dia de escuridão um dia vai acabar? Será que a minha vida é só problemas?".
Precioso irmão, irmã, eu lhe asseguro: Deus não se esqueceu de você. Ele conta cada lágrima sua. Anos atrás, quando eu preguei esse sermão pela primeira vez, uma querida irmã em Cristo se aproximou e disse, "Pastor, quando eu vim à igreja essa manhã eu estava feliz e solta. Mas quando o senhor começou falando sobre o cálice de dores, eu chorei por dentro. Compreendi que eu estava usando uma máscara. O meu marido me deixou e meus filhos estão em ebulição. Disfarço escondendo a minha dor. Mas a realidade é a minha alma sendo inundada". Orei com ela naquele momento, pedindo que Deus fortalecesse a sua fé nEle. Ela partiu com encorajamento genuíno porque sabe em Quem tem crido.
Prezado santo, em meio à sua batalha, torne Jesus a alegria e a esperança da sua vida. Deixe que Ele transforme o seu coração para que as situações não mais frustrem o seu espírito. Deus opera a maior de Suas obras ao nos transformar nessas ocasiões. Aí, venha o que for, você permanecerá acima de tudo, assentado com Ele nas regiões celestiais. Você é o objeto do Seu incrível amor!